"Não aceitei porque não devo nada e quero sair daquele presídio com a cara limpa e continuar minha carreira", disse Bruno. Ele afirmou que, após recusar fazer o pagamento, o delegado ameaçou suas filhas.
O delegado não foi localizado para comentar as acusações.
As declarações de Bruno foram feitas durante depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas. O goleiro confirmou um esquema de tentativa de extorsão ao qual a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, teria participado.
O esquema foi confirmado também pelos advogados de Bruno, Cláudio Dalledone Júnior e Patrick Berriel, e pela noiva do atleta, Ingrid Oliveira. Segundo os depoimentos, deveria ser pago R$ 1,5 milhão em forma de honorários ao advogado Robson Pinheiro, que defendeu Bruno por cerca de dois meses.
Ele teria sido apresentado à família do goleiro pela própria juíza e seria o responsável por fazer o pedido de habeas corpus em um fim de semana que Maria José Starling estivesse de plantão, já que o processo corre em outra comarca, a de Contagem.
O atual advogado do jogador apresentou ainda uma gravação que teria sido feita em um encontro dele com o antigo defensor do acusado após a descoberta do esquema. O áudio, entretanto, não estava claro durante a audiência.
Ao final da sessão, alguns deputados apontaram o interesse em instaurar uma CPI para investigar a atuação da juíza, do advogado e um outro homem que participaria do esquema e foi identificado apenas como Leandro.
Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress | ||
Goleiro Bruno Fernandes fala sobre suposta extorsão de juíza na Assembleia Legislativa de Minas Gerais |
Bruno está preso desde julho do ano passado. Atualmente, cumpre prisão preventiva na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de BH). Ele e mais oito pessoas são acusadas pelo envolvimento no sequestro, suposto assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
Além do goleiro, Macarrão, Sérgio Rosa Sales (também primo de Bruno) e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-policial e suposto autor do homicídio) devem ir a júri popular em Minas Gerais.
A Justiça do Rio de Janeiro já condenou Bruno (quatro anos e seis meses de prisão) e Macarrão (três anos de prisão) por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal.
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