terça-feira, 28 de junho de 2011

Goleiro Bruno diz que delegado pediu R$ 2 mi para culpar Macarrão

O ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza acusou nesta terça-feira o delegado Edson Moreira, que presidiu o inquérito do desaparecimento de Eliza Samudio, de pedir R$ 2 milhões para incriminar apenas Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo do jogador), e um primo do atleta, menor de idade, pelo crime. Eliza, ex-amante do goleiro, desapareceu em junho do ano passado.





"Não aceitei porque não devo nada e quero sair daquele presídio com a cara limpa e continuar minha carreira", disse Bruno. Ele afirmou que, após recusar fazer o pagamento, o delegado ameaçou suas filhas.
O delegado não foi localizado para comentar as acusações.
As declarações de Bruno foram feitas durante depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas. O goleiro confirmou um esquema de tentativa de extorsão ao qual a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, teria participado.
O esquema foi confirmado também pelos advogados de Bruno, Cláudio Dalledone Júnior e Patrick Berriel, e pela noiva do atleta, Ingrid Oliveira. Segundo os depoimentos, deveria ser pago R$ 1,5 milhão em forma de honorários ao advogado Robson Pinheiro, que defendeu Bruno por cerca de dois meses.
Ele teria sido apresentado à família do goleiro pela própria juíza e seria o responsável por fazer o pedido de habeas corpus em um fim de semana que Maria José Starling estivesse de plantão, já que o processo corre em outra comarca, a de Contagem.
O atual advogado do jogador apresentou ainda uma gravação que teria sido feita em um encontro dele com o antigo defensor do acusado após a descoberta do esquema. O áudio, entretanto, não estava claro durante a audiência.
Ao final da sessão, alguns deputados apontaram o interesse em instaurar uma CPI para investigar a atuação da juíza, do advogado e um outro homem que participaria do esquema e foi identificado apenas como Leandro.

Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress
Goleiro Bruno Fernandes fala sobre suposta extorsão de juíza na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Goleiro Bruno Fernandes fala sobre suposta extorsão de juíza na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
O CASO
Bruno está preso desde julho do ano passado. Atualmente, cumpre prisão preventiva na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de BH). Ele e mais oito pessoas são acusadas pelo envolvimento no sequestro, suposto assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
Além do goleiro, Macarrão, Sérgio Rosa Sales (também primo de Bruno) e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-policial e suposto autor do homicídio) devem ir a júri popular em Minas Gerais.
A Justiça do Rio de Janeiro já condenou Bruno (quatro anos e seis meses de prisão) e Macarrão (três anos de prisão) por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal.

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