Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Após ser submetido a uma cirurgia, o estudante Marlison Danilo Lima dos Santos, 21 anos, encontra-se estável e consciente, na sala de recuperação do Hospital da Restauração (HR). O rapaz foi vítima de ataque de tubarão, na manhã desta quarta-feira (29), em Brasília Teimosa, no Recife, bairro onde mora. Segundo as informações da unidade de saúde, não há mais risco de morte, embora ainda exista a possibilidade de infecção, já que as lesões causadas pela mordida do animal são altamente contaminadas com micróbios e bactérias diversos. Por isso, ele está sendo medicado com antibióticos de amplo espectro.
O jovem foi levado ao HR por populares e deu entrada no hospital às 10h25, em estado de choque hipovolêmico, por causa da perda de sangue. O estudante teve esmagamento da perna direita, por conta da pressão da mordida. Houve fratura da fíbula e lesões musculares, vasculares e nervosas, com perda estimada em 20% de massa na área da mordida.
De acordo com o chefe do plantão de hoje, o cirurgião vascular Joaquim Varela, o paciente recebeu soro e transfusão de sangue e passou por reparo das lesões, com participação das equipes de traumatologia e cirurgia vascular. Ainda não há previsão de alta nem possibilidade de avaliar, com precisão, as possíveis sequelas motoras e neurológicas que o rapaz poderá apresentar na perna.
O ataque acontece depois de um hiato que já durava dezenove meses no litoral pernambucano. O incidente mais recente do tipo foi registrado em setembro de 2009 em Piedade, na Região Metropolitana do Recife, quando um adolescente de 15 anos morreu após ser atacado por um tubarão.
Marlison é a vítima de número 54 desde 1992 - quando começou o monitoramento de incidentes do gênero - e, segundo amigos, praticava surf com pranchas pequenas de bodyboard quase todos os dias. Os moradores reclamam que não há placas de reforço da proibição de banho na área do ataque, o que fazia os praticantes de se sentirem seguros.
Marlison foi atacado por volta das 10h. O estudante se encontrava a pouco mais de 20 metros da costa, em local proibido para banho e prática de esportes, por se tratar de mar aberto. O jovem foi socorrido para o Hospital da Restauração pelo taxista José Pedro Pilar da Silva, de 56 anos, que passava no local quando viu o filho, amigo da vítima, pedindo ajuda. “Trabalho como taxista há muitos anos, mas só há 6 meses no Recife. Já socorri outras pessoas, mas foi vítima de acidente de moto. Dessa vez foi pior. Era muito sangue e a perna está só com a pele”, lembra.
O rapaz foi submetido a uma cirurgia para sutura e limpeza da área afetadas para diminuir o risco de infecção, considerado alto nestas situações. O caso está sendo acompanhado pelo médico Joaquim Varela, que verificou perda muscular na coxa direita do jovem, além de perda de fragmentos ósseos na fíbula, tecido nervoso e de segmento vascular arterial.
“Ele chegou com um quadro de hipovolemia, quando há perda de grande volume de sangue e com uma seqüência de lesões, o que não permite dizer se foram duas ou mais mordidas. Apenas depois da cirurgia será possível verificar se há, ou não, risco de perda da perna ou de movimento”, explica, destacando que apesar de não ter perdido parte do membro no ataque, Marlison ainda está sob risco, já que há uma grande tendência à infecção na área afetada.
Amigos e familiares do jovem estiveram na emergência do HR para aguardar notícias. Bastante abalada, mãe e irmã da vítima lamentavam o ocorrido. “Eu sempre pedi para ele não entrar na água. Eu não entendo nada de surfe, mas sei que é perigoso, mas ele não ouvia”, disse a mãe, Conceição Lima dos Santos. “Ele não é surfista. É enxerido. Agora a gente fica assim, com o coração na mão”, disparou a irmã, a técnica de enfermagem Teysne dos Santos.
O surfista Jeferson Alves, 21 anos, estava no mar no momento do ataque e disse que nenhum dos colegas viu o animal, e só perceberam quando Marlison já pedia ajuda. "O surfe faz parte de nós. Quando estamos dentro da água, esquecemos de tudo, inclusive do perigo. Agora vamos ter que dar uma parada, mas depois, com certeza, vamos voltar a surfar", garantiu.
Proibição – Um trecho de pouco mais de 20km de costa é considerado área proibida de banho e esportes náuticos, indo da praia de Zé Pequeno, em Olinda, até a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Em alguns trechos do litoral, tomados pelas placas de alerta sobre o risco de ataques de tubarão, surfistas desrespeitam as regras e praticam o esporte sem lembrar de um passado ainda recente. A fiscalização é função do Corpo de Bombeiros, mas nem sempre a tarefa é fácil.
Outro ponto problemático fica entre as praias de Itapuama e Paiva. Uma placa na terra indica que, no lado Norte, os esportes e o banho de mar são proibidos, o que leva a crer que no lado Sul seria permitido. “Essa confusão acontece porque o decreto prevê que a proibição é válida até a última placa. Do mar, a pessoa fica sem entender onde está o limite. Quando os surfistas percebem que nós chegamos, eles correm juntos para o lado permitido”, contou o tenente-coronel Leodilson Bastos, do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar)DP
Marlison foi atacado por volta das 10h. O estudante se encontrava a pouco mais de 20 metros da costa, em local proibido para banho e prática de esportes, por se tratar de mar aberto. O jovem foi socorrido para o Hospital da Restauração pelo taxista José Pedro Pilar da Silva, de 56 anos, que passava no local quando viu o filho, amigo da vítima, pedindo ajuda. “Trabalho como taxista há muitos anos, mas só há 6 meses no Recife. Já socorri outras pessoas, mas foi vítima de acidente de moto. Dessa vez foi pior. Era muito sangue e a perna está só com a pele”, lembra.
O rapaz foi submetido a uma cirurgia para sutura e limpeza da área afetadas para diminuir o risco de infecção, considerado alto nestas situações. O caso está sendo acompanhado pelo médico Joaquim Varela, que verificou perda muscular na coxa direita do jovem, além de perda de fragmentos ósseos na fíbula, tecido nervoso e de segmento vascular arterial.
“Ele chegou com um quadro de hipovolemia, quando há perda de grande volume de sangue e com uma seqüência de lesões, o que não permite dizer se foram duas ou mais mordidas. Apenas depois da cirurgia será possível verificar se há, ou não, risco de perda da perna ou de movimento”, explica, destacando que apesar de não ter perdido parte do membro no ataque, Marlison ainda está sob risco, já que há uma grande tendência à infecção na área afetada.
Amigos e familiares do jovem estiveram na emergência do HR para aguardar notícias. Bastante abalada, mãe e irmã da vítima lamentavam o ocorrido. “Eu sempre pedi para ele não entrar na água. Eu não entendo nada de surfe, mas sei que é perigoso, mas ele não ouvia”, disse a mãe, Conceição Lima dos Santos. “Ele não é surfista. É enxerido. Agora a gente fica assim, com o coração na mão”, disparou a irmã, a técnica de enfermagem Teysne dos Santos.
O surfista Jeferson Alves, 21 anos, estava no mar no momento do ataque e disse que nenhum dos colegas viu o animal, e só perceberam quando Marlison já pedia ajuda. "O surfe faz parte de nós. Quando estamos dentro da água, esquecemos de tudo, inclusive do perigo. Agora vamos ter que dar uma parada, mas depois, com certeza, vamos voltar a surfar", garantiu.
Proibição – Um trecho de pouco mais de 20km de costa é considerado área proibida de banho e esportes náuticos, indo da praia de Zé Pequeno, em Olinda, até a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Em alguns trechos do litoral, tomados pelas placas de alerta sobre o risco de ataques de tubarão, surfistas desrespeitam as regras e praticam o esporte sem lembrar de um passado ainda recente. A fiscalização é função do Corpo de Bombeiros, mas nem sempre a tarefa é fácil.
Outro ponto problemático fica entre as praias de Itapuama e Paiva. Uma placa na terra indica que, no lado Norte, os esportes e o banho de mar são proibidos, o que leva a crer que no lado Sul seria permitido. “Essa confusão acontece porque o decreto prevê que a proibição é válida até a última placa. Do mar, a pessoa fica sem entender onde está o limite. Quando os surfistas percebem que nós chegamos, eles correm juntos para o lado permitido”, contou o tenente-coronel Leodilson Bastos, do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar)DP
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