segunda-feira, 4 de julho de 2011

ENTIDADES PROTESTAM CONTRA ASSASSINATO DE TRABALHADOR EM SERTÂNIA


O assassinato do trabalhador rural acampado José Luiz da Silva no último sábado, no acampamento Cachoeira do IPA, onde residia com sua família, em Sertania, gerou revolta e protestos de entidades como a Comissão Pastoral da Terra (CPT).  O trabalhador era casado e pai de três filhos.
 
A área ao lado do acampamento, era de propriedade do Ipa e utilizada pelo órgão para fazer experimentos com palma e criação de caprinos.  Entretanto, pessoas de fora do acampamento exploravam o local de forma ilegal, provocando o desmatamento, através da extração ilegal de madeira. A área também passou a ser utilizada de forma ilegal para a caça. Com a presença dos cães de caça, a criação de bode dos acampados passou a ser prejudicada. Os acampados então, vinham reclamando da situação e o trabalhador José Luiz da Silva era um dos que mais fiscalizavam a área e denunciava os fatos.
 
Extração de madeira ilegal acontece na região sem fiscalização alguma
 
O trabalhador já havia sofrido ameaças no dia 14 de junho, quando  registrou  boletim de ocorrência  no dia 15 de junho na delegacia de Sertania.  No ultimo dia 19 de julho, um homem não identificado avisou a uma vizinha do trabalhador que iria matá-lo.    Luiz saiu do acampamento, retornou pouco depois por não acreditar nas ameaças. Ele foi assassinado com oito tiros  por dois homens em uma moto, na frente de sua casa. A trabalhadora rural que testemunhou a ameaça de morte já foi procurada em sua casa por homens desconhecidos durante o último fim de semana.
 
As famílias que vivem no acampamento reivindicam, há mais de 10 anos, a regularização  da área que pertence ao Governo do Estado. O Incra já chegou a realizar um laudo técnico inicial, mas as negociações estão paralisadas há mais de três anos. "Por causa da inoperância do Governo do Estado e do Incra em agilizar o processo, as famílias não podem exercer seu pleno direito de acesso a terra e estão vivendo em situação de violência iminente", diz  Denis Venceslau, da CPT Pajeú.
 
 
Por Nill Júnior

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