sexta-feira, 1 de julho de 2011

Surfista atacado por tubarão não corre risco de perder a perna





Equipe do Oceanário acompanha troca de curativos na perna do surfista Marlison Danilo dos Santos, 21 anos, atacado por um tubarão na manhã da quarta passada, para analisar a mordida e identificar espécie de tubarão. Imagem: Adaíra Sene/DP/D.A Press
Adaíra Sene/DP/D.A Press


O surfista Marlison Danilo dos Santos, 21 anos, atacado por um tubarão na manhã da quarta passada, não corre o risco de ter a perna direita amputada. A boa notícia foi dada esta manhã pela cirurgiã vascular Marcela Fernades. Segundo a médica, o paciente não sofreu nenhuma lesão vascular grave, que pudesse indicar a necessidade de amputação do membro.
Sobre o risco de perda de movimento, a cirurgiã disse que ainda é cedo para avaliar sequelas. Internado no leito 3 da enfermaria 722, no sétimo andar do Hospital da Restauração (HR), Marlison está sendo tratado com antibióticos para afastar o risco de infecção. Marlison ainda pode sofrer outras complicações: uma única mordida que atingiu a panturrilha (cerca de 10 centímetros) e coxa (em torno de 20 centímetros) pode deixá-lo com uma deficiência no movimento.

Com quadro estável, consciente, orientado, sem maiores alterações de saúde, o rapaz recupera-se bem da cirurgia realizada para suturar e limpar a perna direita, mas ainda não tem previsão de alta.

Esta manhã, integrantes do Instituto Oceanário acompanharam a troca de curativos na perna do surfista para tentar identificar, pelas mordidas do animal, a espécie que atacou o jovem. Os especialistas fotografaram o ferimento para analisar as imagens.

O estudante chegou ao HR consciente, mas em estado de choque hipovolêmico, por causa da perda de sangue. Ele sofreu esmagamento da perna direita, fratura da fíbula e lesões musculares, vasculares e nervosas, com perda de 20% de massa na área. Ele segue em observação até que o risco de infecção seja afastado.
Na tarde de ontem, Marlison Santos falou ao Diario de Pernambuco e prometeu voltar a surfar. Confira: 

Por que você decidiu ir surfar naquele dia?Todos os dias, eu ia surfar naquele local (Buraco da Veia, praia de Brasília Teimosa). Eu tinha saído de férias do curso de refrigeração no Senai que faço à noite e estava de folga do trabalho. Aí tirei o dia para surfar. Cheguei na praia às 7h e ia ficar até as 11h.

Você sabia que a prática do surfe é proibida no local ?Sabia sim. Inclusive, vi as placas por lá. Mas só fui porque muita gente ia e nunca tinha acontecido nada. E também, por estar chovendo, o mar estava melhor, porque as ondas ficavam maiores.

O que você lembra do ataque? Chegou a ver o tubarão?Estava deitado em cima da prancha, boiando e sem fazer movimentos. Como a prancha é de bodyboard, acho que o tubarão me confundiu com uma tartaruga marinha. De repente, senti um choque forte na perna e vi o sangue subir. Nessa hora pensei que era um tubarão, mas não cheguei a vê-lo. Aí aproveitei a onda que estava vindo e fui batendo os braços até chegar na areia. Pensei que ia morrer, que o tubarão ia voltar para me pegar de novo.

Alguém ajudou você a sair da água?
Só tinha mais dois amigos dentro da água, mas eles correram com medo. Não acho que eles fizeram errado. Nessa hora, ninguém quer ficar para morrer. Quando cheguei na areia, toquei na perna e senti uma coisa mole. Olhei e vi um buraco fundo, jorrando sangue. Comecei a sentir a perna dormente e fiquei fraco. Aí apareceu um colega que me levou para o hospital.

Depois desse episódio, você vai voltar a surfar?Meu divertimento é pegar onda. Faço isso há quatro anos. Então, se depender de mim, eu volto a surfar, mas não ali. Estou dando graças a Deus por estar vivo. Mas não estou assustado. Pode dizer aí: daqui a uns dias, eu vou voltar para as ondas.
DP

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