A carta anônima encaminhada anteontem a Sônia Fátima Moura, 44 anos,
com supostas pistas sobre o lugar onde estariam os restos mortais da
filha dela, Eliza Samúdio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes,
desaparecida em junho de 2010, foi entregue na manhã de ontem ao chefe
do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado
Wagner Pinto. O policial disse que inicialmente não serão feitas buscas
no l
ocal indicado no impresso, uma área florestal no Bairro Planalto, na
Pampulha, mas admite que as informações serão investigadas. Antes mesmo
que isso ocorra, porém, a comunidade do entorno se antecipou e já
procura por pistas.
A indicação dada na carta de que o corpo de
Eliza Samudio foi jogado no Planalto mudou a rotina do bairro. Uma
empregada doméstica, que pediu para não ter o nome revelado e trabalha
há nove anos em uma casa na Rua Iracema de Souza Pinto, às margens da
área de reserva florestal, contou ontem que desde que a história surgiu,
o dia inteiro ela vê as pessoas entrando e saindo da mata. “Os curiosos
chegam de carro ou a pé e atravessam um buraco na cerca procurando o
tal poço”, disse a doméstica.
Delegado afirma que carta não é
pista suficiente para fazer buscas por corpo de Eliza Advogado entrega à
polícia carta com pista sobre corpo de Eliza Samudio Carta pode ser
nova pista sobre corpo de Eliza Samudio Documentário sobre o Caso Bruno
faz resumo da história sem apresentar novidades Em entrevista, mãe de
Elisa Samudio diz ter medo de Bruno e conta rotina da vida do neto
Os
amigos Lucas, 17; Mateus, 15; Breno, 15; e Gabriel, 15, alunos do
primeiro ano do ensino médio do Colégio Santa Maria, no término da aula
da manhã de ontem foram se aventurar na mata do Planalto, na esperança
de encontrar o poço. “Combinamos tudo ontem à noite, assim que ficamos
sabendo da história sobre o corpo da Eliza Samudio. O que a gente queria
mesmo era tirar uma foto do lugar, mas não o encontramos”, disse
Gabriel. Lucas disse que eles pretendem voltar ao local com uma turma
maior, para procurar o poço. Segundo o jovem, a mata é fechada, de
difícil acesso, com muito buracos e espinhos.
A mata citada na
carta fica nos fundos de um convento, perto do Parque Municipal Lagoa do
nado, onde inclusive já foram feitas buscas pelo corpo, com
participação de bombeiros. Ontem, no local, ninguém quis falar sobre o
assunto. Na entrada, um funcionário confirmou apenas que existe um poço
que é de acesso livre à comunidade.
Telefonema
O
advogado José Arteiro Cavalcante de Lima, que representa Sônia em
Minas, anexou à carta enviada para a sua cliente um documento com
informações sobre ligações telefônicas recebidas de uma mulher há três
meses, indicando um poço na área de reserva florestal no Planalto como
sendo o local onde jogaram o corpo da jovem. O lugar é o mesmo descrito
na carta.
José Arteiro acredita que a mulher que fez as ligações é
a mesma pessoa que escreveu a mensagem. Na carta, ela afirma ter
sonhado com o nome da rua e o número, com uma passagem de acesso à mata,
onde está o poço “grande e profundo” com os restos mortais. A área de
mata fechada fica nos fundos de um convento.
“Na carta, a pessoa
diz ter sonhado com o lugar, mas eu acredito que seja uma maneira de ela
se preservar, por medo de ser morta, possivelmente, porque conhece um
dos envolvidos na morte de Eliza. Já nos telefonemas, ela deu detalhes
sobre a movimentação da execução da jovem e contou também que o local é
usado como ponto de desova”, afirmou o advogado.
O delegado
Wagner Pinto não quis dar muitas informações sobre o caso, mas disse que
iria analisar o conteúdo da carta e do documento anexado escrito por
José Arteiro. Conforme o chefe do DHPP, caso as informações sejam
contundentes, ele poderá solicitar uma busca no local da denúncia.DIÁRIO DE PE
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