O maior acidente radioativo do Brasil aconteceu em Goiânia (Goiás) há
exatos 25 anos. E ficou conhecido como a tragédia do Césio 137.
Passadas mais de duas décadas, dezenas de pessoas ainda convivem com
os sinais da tragédia. Odesson Alves Ferreira, 37 anos, integra a lista.
As marcas da tragédia mais visíveis em Odesson, com quem conversei na Rio+20 e por telefone, estão nas mãos.
Ele teve as mãos queimadas por ter contato com o Césio.
“Fui visitar um irmão que estava doente e peguei um pedacinho, do tamanho de um grão de arroz, do Césio”, relembrou.
A doença do irmão, que faleceu anos depois, era consequência por ter ficado exposto ao produto químico.
Radiante, o Césio foi retirado por três catadores de material
reciclável de um aparelho radiológico, abandonado no antigo
Instituto Goiano de Radiologia, e vendido ao ferro velho do irmão de
Odesson.
O aparelho radiológico pesava cerca de 100 kg, enquanto a Césio 19 gramas.
Apesar do pequeno peso, o Césio contaminou mais de 1000 pessoas e resultou na morte de pelo menos 60 pessoas até agora.
A primeira vítima foi Leide das Neves Ferreira, 6 anos, sobrinha de Odesson.
Leide morreu em 23 de outubro de 1987 depois de ter brincado com o Césio e ingerido acidentalmente partículas do produto.DIÁRIO DE PE
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