Na disputa partidária, crescem figuras de projeção do PT no governo da presidente Dilma Rousseff, como os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Aloizio Mercadante, além do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. O principal embate entre petistas deve ocorrer em novembro de 2013, quando o PT realiza o processo de eleição direta (PED) para escolha do futuro presidente da legenda, aquele que vai colocar a cara para representar a campanha petista nas eleições de 2014.
Petistas avaliam que Dirceu sempre terá poder no PT, mas o pragmatismo político leva ao fortalecimento de quem tem mandato e espaço no governo. A Dirceu é creditado o papel de grande articulador da vitória de Lula na campanha eleitoral de 2002, quando o PT chegou ao poder no Palácio do Planalto depois de perder em 1989, 1994 e 1998. Então presidente do PT, Dirceu fez alianças consideradas esdrúxulas à época, especialmente com o PL (hoje PR), pela militância petista. A estratégia imposta a grande parte da legenda, no entanto, foi fundamental para o sucesso eleitoral.
Retorno
Após a crise do mensalão e a saída do governo, José Dirceu foi afastado do comando do PT temporariamente. Mas continuou atuando internamente. Há cerca de três anos, Dirceu conseguiu voltar à diretoria e ter poderes oficiais na legenda. Um petista detalha a força do ex-ministro da Casa Civil: “Quando ele fala, todo mundo ouve, mesmo que não concorde”. Em toda reunião partidária, ele é uma estrela. “Em todo evento ele é ovacionado pelos militantes, ficou mitificado por ter sido o responsável pela articulação que viabilizou a vitória do Lula em 2002”, relata um petista ligado ao comando do partido.
Para outra ala da legenda, Dirceu já não é mais um semideus, abaixo apenas do todo-poderoso ex-presidente da República. “Até pouco tempo, quem não conseguia falar com o Lula, ia atrás do Dirceu e seguia quase tudo o que ele ditava. Agora só a opinião do Lula interessa”, comenta uma liderança do PT.
À medida em que a possibilidade de condenação no julgamento do STF se concretizava, conta, o brilho do ex-ministro começou a se apagar. “O cara vai para a cadeia, como é que vai ter força? Pode continuar respeitado, mas nunca mais será a mesma coisa”, destaca o petista.
Ex-presidente do PT, o deputado federal Ricardo Berzoini (SP), importante liderança do CNB, também minimiza o poder atribuído ao companheiro. “O partido inteiro é solidário a ele, o considera uma vítima de perseguição política e reconhece sua inteligência e audacidade, mas ele não é esse mito todo que foi criado exageradamente, já perdeu muitas votações internas, já foi alvo de discordâncias”, assegura o parlamentar, que já foi um próximo aliado de Dirceu no PT. DIÁRIO DE PE
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