Trecho do Rio São Francisco inaugurado pelos militares em junho: obra precisa de uma estação de bombeamento para circular. Foto: Leandro Kléber/CB/D.A. Press |
“A ponte pertence ao Lote 1 das obras e está sob responsabilidade do Consórcio Construtor Água de São Francisco, formado pelas empresas Serveng, SA Paulista e Carioca. A perspectiva é de que as obras comecem ainda neste semestre", afirma a pasta, em nota. De acordo com o órgão, a estação de bombeamento é feita pela empresa Mendes Júnior, que, procurada pela reportagem, não se manifestou sobre o assunto. Os empreendimentos, segundo a nota, estão em obras há seis meses e contam com mais de 400 pessoas trabalhando dia e noite para cumprir os prazos firmados.
Quem olha o canal construído pelos militares, com 8 a 14 metros de profundidade e 50 metros de largura, até consegue ver água. Mas se trata do reservatório dos lençóis freáticos e, eventualmente, da quantidade acumulada das chuvas. O trecho executado pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção é fundamental para todo o projeto porque é o canal de aproximação do Rio São Francisco no eixo norte — há também o eixo leste. Dali, da captação da água no rio, é que tudo começa até a primeira estação de bombeamento e a barragem de Tucutu, que tem extensão de quase 1,8 mil metros e altura de 22 metros — atualmente seca devido aos atrasos da ponte e da estação de bombeamento.
Ao inaugurar o empreendimento em 20 de junho, os militares se orgulhavam de terem sidos os primeiros a entregar um trecho de uma das principais obras do governo petista. A realização da etapa foi resultado de um termo de cooperação estabelecido entre o Exército, por intermédio do Departamento de Engenharia e Construção, e o Ministério da Integração Nacional. Os trabalhos tiveram início em maio de 2007. Na sua execução foi empregada uma força de trabalho que contou com o efetivo de 190 militares, 29 equipamentos, 25 viaturas e o apoio de 14 empresas civis em serviços que foram terceirizados.
AMBIÇÃO
O projeto de integração do São Francisco, incluído na lista de prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem como objetivo assegurar oferta de água, em 2025 — quando ficará totalmente pronto —, a cerca de 12 milhões de pessoas residentes em 391 municípios do agreste e do sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Serão mais de 600 quilômetros de canal em dois eixos: leste e norte. Apesar do projeto ambicioso, os acréscimos no valor da obra, hoje orçada em R$ 8,2 bilhões, e nos prazos de entrega geram críticas de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com a Integração Nacional, hoje trabalham na construção dos canais, barragens, aquedutos e túneis mais de 4 mil pessoas.DIÁRIO DE PE
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