No contexto da forte seca que assola o Sertão nordestino nos últimos
meses e um dia depois do protesto dos trabalhadores da agricultura em
Ouricuri, que pegou de surpresa a comitiva do governador Eduardo Campos
(PSB) na sua excursão pela região, o Ministério Público Federal (MPF)
decidiu chamar as falas os órgãos da União responsáveis pela minimização
dos efeitos da seca. A procuradora da República Marília Oliveira,
responsável pelos municípios de Serra Talhada e Salgueiro, convocou uma
reunião para a próxima quarta (12), em Serra Talhada, com o Ministério
da Integração Nacional, do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), e o
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), órgão vinculado à
pasta. A procuradora pediu ainda explicações à Compesa.
As
obras da transposição do Rio São Francisco – principal intervenção do
governo na tentativa de mitigação dos efeitos da seca, e sempre
relacionada a atrasos e aditivos dos contratos de licitação – estão no
centro da pauta do MPF, que espera explicações do Ministério da
Integração. “Com certeza estará no centro da discussão (a transposição).
É a principal obra de enfrentamento da seca sob a responsabilidade do
Ministério da Integração Nacional. Precisamos fiscalizar, saber
exatamente o porquê de tanto atraso que está causando prejuízo a
população”, confirmou a procuradora da República.
O MPF
requisitou ao Dnocs e ao ministério toda a documentação e explicações
sobre as ações que estão sendo tocadas no combate à seca. Apenas após se
debruçar sobre os dados apresentados pelas instituições é que alguma
providência poderá ser tomada por parte do Ministério Público. “Ainda
que não se tenha irregularidade essencialmente falando, só o fato de
estar havendo todos esses prejuízos mostra que as ações não estão sendo
eficazes como deveriam, e é função do Ministério Público fiscalizar
isso”, disse a procuradora.JORNAL DO COMMERCIO
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