A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira (10) um
pacote de bondades a administradores que participam da 16ª Marcha dos
Prefeitos em Brasília.
No entanto, apesar de ter sido aplaudida de pé em sua entrada e no
início de sua fala pelos presentes na plateia, foi vaiada sob pedidos
dos prefeitos de revisão do Fundo de Participação dos Municípios, não
mencionada em seu discurso.
Leia íntegra do discurso de Dilma na 16ª Marcha dos Prefeitos
Depois, quando a presidente já havia saído do palco onde falou à
plateia, os presentes foram repreendidos pelo presidente da CNM
(Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que organiza o
evento.
"Mas parece que somos uma manada irracional", discursou Ziulkoski. "Para
que vaiar? O que se ganha com isso? Eu sou o maior bronco do governo,
vocês sabem como é que é", desabafou.
Dilma anunciou durante o evento mais recursos para saúde e educação, no
valor de R$ 3 bilhões. Eles serão repassados em duas parcelas: uma em
agosto deste ano e a segunda em abril de 2014. Também anunciou ampliação
da verba do Programa de Atenção Básica, em R$ 600 milhões ao ano.
Depois, disse que vai mandar R$ 4 mil ao mês para equipes de saúde --um
total de R$ 3 bilhões. Outros R$ 5,5 bilhões serão para custeio de
estrutura do SUS (Sistema Único de Saúde). E mais R$ 3,2 bilhões irão
para 2.000 creches.
Anunciou ainda que, a partir de agora, todos os municípios abaixo de 50
mil habitantes podem acessar o programa Minha Casa Minha Vida. "Nós não
vamos mais deixar que haja seleção. Todos os municípios podem executar o
programa Minha Casa Minha Vida", disse a presidente.
Para Ziulkoski, isso é um paliativo. Ele afirmou à plateia que tem
trabalhado para garantir o repasse de 2% do Fundo de Participação dos
Municípios. "O que foi anunciado aqui? 1,3% do FPM. Só que em vez de ser
permanente, nós vamos procurar que seja, será emergencial."
"Vocês são prefeitos como eu sou presidenta. Vocês sabem que não tem
milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é
verdade. Agora, nós precisamos fazer um esforço muito grande para
atender aquilo que é emergencial", disse Dilma em resposta aos gritos
por revisão do Fundo de Participação dos Municípios.
Na edição do ano passado, Dilma também foi vaiada pelos prefeitos. Na
ocasião, ela discursava na abertura do evento e falava sobre a divisão
das receitas dos royalties do petróleo --um dos temas sensíveis na pauta
dos prefeitos à época. Depois, a presidente chegou a falar com dedo em
riste com Paulo Ziulkoski.
Nesta terça-feira, sua ausência foi vaiada na cerimônia de abertura da
marcha. A participação da presidente era esperada, como tem sido a
tradição nas edições recentes da marcha, em que prefeitos vão à capital
federal cobrar verbas e medidas de apoio aos municípios.FOLHA
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