As investigações a respeito da Telexfree continuam em Pernambuco. O
Procon estadual deu início a um processo administrativo contra a
empresa. Segundo as denúncias, a atividade representa um esquema de
pirâmide financeira, em que cada novo membro compra um “pacote” que
remunera os membros acima na cadeia. Esse novo membro, por sua vez,
ganha dinheiro recrutando outras pessoas para o sistema.
O órgão
foi um dos primeiros do país a iniciar as investigações contra a
empresa. Porém, o número de denúncias ainda era tímido. “Agora as
denúncias no estado começam a chegar. Além disso, no Brasil já são
muitos os casos analisados”, afirmou o coordenador-geral do Procon/PE,
José Rangel. De acordo com o site de reclamações Reclame Aqui, em março,
a Telexfree bateu o recorde de queixas entre todas as empresas que
atuam no país. Foram cerca de 7.300 reclamações. Com isso, pelo menos
sete estados estão investigando a operação da empresa.
A
investigação em Pernambuco vem acontecendo há algum tempo. “Com a
abertura do processo eles terão o direito de defesa, mas o prazo para
entrega da documentação já está no fim”, contou Rangel. O advogado da
Telexfree, Horst Fuchs, afirmou, na última sexta-feira, que a
documentação solicitada pelo órgão de defesa do consumidor pernambucano
será apresentada até o final desta semana. Caso as investigações
realizadas pelo Procon/PE comprovem a formação de uma pirâmide, a
empresa poderá ser multada em até R$ 4,5 milhões.
As denúncias
levaram a Justiça a interditar a empresa em todo o Brasil, em 18 de
junho. A decisão foi da juíza Thaís Khalil, titular da 2ª Vara Cível do
Rio Branco, no Acre. Sendo assim, a empresa está proibida de efetuar
novos cadastros de divulgadores e de efetuar pagamentos aos divulgadores
já cadastrados, sob uma multa diária de R$ 100 mil por cada novo
cadastro ou pagamento. Os bens de Carlos Costa e Carlos Wanzeler, sócios
da Ympactus Comercial Ltda, razão social da Telexfree, também estão
indisponíveis.
Na última sexta-feira, um inquérito policial foi
aberto para apurar crimes de coação e ameaça de morte contra a juíza. De
acordo com as informações do Ministério Público do Acre (MP-AC),
anônimos prometeram matar os filhos e o marido da juíza. As ameaças
foram por e-mail, telefone e Facebook.
Alem disso, o Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, instaurou processo
administrativo contra a empresa. Segundo informações do órgão, denúncias
apontam que a empresa estaria violando princípios básicos do Código de
Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas
relações de consumo, além de veicular publicidade enganosa e abusiva.DIÁRIO DE PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário