O advogado Anderson Flecha, que defende Edmacy Ubirajara, preso
apontado pela polícia como autor do assassinato do promotor Thiago
Faria, disse que a família do cliente deve divulgar nesta terça-feira um
vídeo em que o cunhado dele, o fazendeiro José Maria Rosendo, procurado
como mandante do crime, alega inocência.
As imagens foram
veiculadas na manhã desta segunda-feira pela Rede Globo. No vídeo,
gravado dias após o assassinato, ele também sugere que a polícia
investigue pessoas próximas a Thiago e que poderiam ter se desentendido
com ele por conta do exercício da profissão do promotor."Escutei
comentários de que ele teve problemas em Itaíba", acrescentou.
José
Maria de Mané Pedo, como é conhecido, disse que não tinha inimizades
nem motivos para encomendar a morte do promotor e também defendeu o
cunhado."Não sei de onde a polícia tirou essa história. Na hora do
crime, eu estava em Águas Belas. Toda segunda-feira fico em um local
vizinho ao posto Santa Rosa, em Águas Belas, para fazer o pagamento dos
meus trabalhadores, sempre das 8h ao meio-dia. Tenho mais de dez
testemunhas que podem comprovar isso", garante o fazendeiro.
Considerado
foragido da polícia, José Maria diz que fugiu para não ser preso e para
conseguir provar a inocência. "Se eu não fugisse, seria preso e ficaria
mais difícil de provar que não fui eu", defende-se.
Crime -
Thiago Faria, de 36 anos, foi assassinado na manhã do dia 14 de
outubro, dentro de seu carro com tiros de espingarda 12. No veículo,
também estava a noiva dele e filha do prefeito de Itaíba - comarca onde
o promotor atuava - Mysheva Freire Martins e o tio dela, Adautivo
Martins, que escaparam ilesos do atentado.
O crime aconteceu na
PE-300, na altura do KM-15, onde dois homens ocupando um Corsa
trancaram o veículo do promotor, um Hyundai IX35, e fizeram os
primeiros disparos. Em seguida, voltaram e executarm Thiago, atingido
com quatro tiros, provavelmente de calibre 12, no rosto e no pescoço.
Thiago
Faria assumiu o cargo em Itaíba em dezembro do ano passado, em meio
ao cenário de embate pela terra que se arrastava havia sete anos,
iniciada após a morte de Maria das Dores Ubirajara. Depois da
aquisição das terras por Mysheva, José Maria Pedro Rosendo, um dos
ocupantes da área, chegou a questionar a validade do leilão na Justiça,
mas perdeu a causa.
Em junho, José Maria foi obrigado a deixar
o lugar por força de uma imissão de posse em favor da advogada na
qual o promotor teria atuado nos bastidores. De acordo com as
investigações, ele também teria pedido ajuda do tio da noiva,
Claudiano Martins, para negociar a saída de José Maria das terras. As
mesmas fontes da Polícia afirmaram que o promotor assassinado também
teria denunciado José Maria por crime ambiental na fazenda, onde fica
parte de uma reserva ambiental.
Em meio às últimas atividades
do promotor, que estava em período probatório, a corregedoria fez uma
inspeção na comarca quando descobriu que havia um grande número de
processos nos quais Thiago Faria alegava suspeição pelo fato de
envolverem interesses de parentes da noiva. Por esse motivo, o promotor
seria removido para Jupi, por determinação do MPPE .DIÁRIO PE
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