A embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, entrou em contato com as
autoridades daquele país para buscar uma solução para que a criança
Sofia Jesumary, 3 anos, não seja entregue à adoção. A mãe dela, a
pernambucana Vitória Alves Jesumary, 37, está escondida com a filha, há
pelo menos sete dias, na embaixada depois de tomar conhecimento pelo
governo local de que a menina seria retida. A decisão teria sido tomada
pela Justiça norueguesa diante da briga judicial travada pela
pernambucana com o ex-marido e pai da criança, um chileno com
naturalidade norueguesa, para conseguir a guarda dela após a separação.
Ontem
à noite, a assessoria do Itamaraty, em Brasília, confirmou que toda a
assistência necessária está sendo prestada para garantir a segurança da
mãe e da filha até que uma solução viável seja encontrada. Um prazo para
uma decisão, porém, não foi dado. Enquanto isso, amigos e familiares de
Vitória Jesumary, que é natural de Olinda, fazem correntes nas redes
sociais e convocam a imprensa dos dois países a denunciar o caso,
considerado por eles como um atentado ao direito de uma mãe de poder
criar a própria filha.
Por e-mail enviado ao Diario, a pastora
Ana Lúcia Lima, amiga da pernambucana naquele país, relatou que uma
organização social de apoio à criança noruguesa chamada Barnevarkter
normalmente é acionada em casos de separação em que os pais disputam a
guarda dos filhos. “No caso da criança estar sofrendo abuso, seja
psicológico ou físico, eles a tomam dos pais, mas não é o caso da
Vitória e da Sofia”, pontuou a amiga. “Eles (a organização) alegam que a
mãe não está cuidando bem da menina”, completou. Autoridades locais
destacaram ainda que Vitória está desempregada – outro possível entrave
para garantir que a criança, nascida em São Paulo, possa ficar com a
mãe.
Na página pessoal do Facebook, Vitória agradeceu o apoio dos
amigos e deixou uma mensagem de esperança: “Mesmo vendo escuridão,
minha filha é minha luz e a razão pela qual lutar!!! Que Deus abra as
portas, bote gente certa no caminho da gente pra lutar e vencer!!!
(sic)”. Ontem, a pernambucana passou o dia concedendo entrevistas a
jornais noruegueses. O Diario também tentou contato por telefone com a
mulher, mas os telefonemas não foram atendidos.
Vitória tomou
conhecimento de que a filha seria recolhida por representantes do
governo de Oslo na quarta-feira passada. O casal, mesmo separado,
decidiu em comum acordo de que a criança deveria ser imediatamente
tirada da escola e levada para a embaixada brasileira, único local onde
realmente estaria segura. Parentes da pernambucana pretendem enviar, nos
próximos dias, uma carta ao senador Eduardo Suplicy (PT) pedindo a
intervenção dele no caso.DIÁRIO DE PE
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