A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) que volte atrás e derrube a regra que impede o Ministério
Público Federal de abrir investigações de crimes eleitorais em 2014.
TSE limita investigação dos crimes eleitorais
O pedido é o último passo antes da PGR entrar com uma ação no STF
(Supremo Tribunal Federal) contra a decisão. A minuta da ação já está
pronta. Pelas regras aprovadas pelo TSE, os inquéritos só podem ser
abertos com autorização da Justiça Eleitoral.
O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, foi voto vencido e
entende que os procuradores devem ter poderes para abrir inquéritos
eleitorais.
Além do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um grupo
de procuradores eleitorais fez moção contra a regra do TSE.
Os procuradores argumentam que a exigência do inquérito passar pela
autorização de um juiz eleitoral atrapalha as investigações. "A
limitação criada prejudica a agilidade que deve pautar todas as
apurações, mas especialmente a investigação dos crimes eleitorais, que
demanda atuação célere sob pena de perecimento dos elementos de prova, o
que se torna mais provável quanto mais distante o período eleitoral",
diz o documento.
A moção diz ainda que a regra do TSE ofende o princípio da igualdade,
uma vez que diferencia crimes eleitorais do comum. "Restringir a
instauração de inquérito à determinação da Justiça é uma clara ofensa à
igualdade de todos perante o sistema de justiça: crimes não eleitorais
sujeitos a ações penais públicas continuam a ser apurados mediante
requisição de instauração de inquérito pelo Ministério Público".
GAVETA
O texto que muda as regras é do ministro José Antonio Dias Toffoli, que
garante que a medida vai dar mais transparência às apurações e evitar
nulidades futuras.
"Num estado democrático de direito não é admissível que haja
investigações de gaveta, que não sejam públicas. E, para serem públicas,
elas são submetidas ao poder judiciário", explica o ministro. Segundo
ele, com o despacho do juiz, qualquer pessoa poderá acompanhar o
andamento das apurações.
"Fiz a pergunta na audiência sobre qual seria a dificuldade de se fazer o
pedido ao juiz eleitoral e a resposta foi nenhuma", disse Toffoli.
Apenas o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, votou contra.
"A PF está suficientemente madura para proceder à investigação criminal
nos mesmos moldes do Código de Processo Penal", disse o delegado Célio
Jacinto dos Santos durante a audiência.FOLHA
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