quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Padre é investigado por "pedofilia"; Arquidiocese confirma afastamento para "tratamento de saúde"
A Delegacia Seccional do Litoral Sul da Paraíba abriu investigação criminal contra o padre Jaildo Souto que foi denunciado nessa quarta-feira (19), por crime de pedofilia. O 'termo de declaração' foi registrado na delegacia da cidade de Pitimbu (na região metropolitana de João Pessoa, a 64 quilômetros da Capital), pelo delegado Elias José Rodrigues Silva. A informação foi confirmada pelo delegado Aneilton Castro, que está apurando a denúncia feita pela suposta vítima e pela mãe dela.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese da Paraíba confirmou ao Portal Correio o afastamento do padre Jaildo Souto, da Paróquia Nossa Senhora da Penha de França, de Taquara, em Pitimbu. No entanto, informou que o afastamento foi motivado "por problemas de saúde".
Para o delegado, as suspeitas que recaem sobre o religioso são fortes. “Tudo indica que se trata de um crime de pedofilia. É um caso complexo e vamos investigar detalhadamente, tendo em vista que envolve um representante da Igreja Católica. O inquérito criminal contra ele foi instaurado e temos 30 dias para encerrar, podendo esse prazo ser estendido”, disse Aneilton Castro.
Conforme consta no 'termo de declaração' do jovem, que hoje está com 21 anos, o primeiro contato sexual com o padre teria ocorrido em 2008, quando residia em Pitimbu. Ele era menor de idade e o sacerdote teria lhe oferecido "bens valiosos em troca de carícias".
“Eu residia no distrito de Acaú, em Pitimbu, e conheci uma pessoa pelo MSN, onde as conversas eram intencionais, com relação à sensualidade e ao sexo. Quatro meses depois, quando comecei a frequentar a igreja, o padre se apresentou dizendo que era a pessoa com quem conversa no MSN. No mesmo instante, fui convidado pelo padre a ir até uma igreja de Pernambuco e, mesmo de menor, dirigi o carro. Daí, a gente terminou dormindo em um motel, culminando com a relação sexual, porque ele dizia que me daria algo em troca”, disse o jovem.
Segundo as informações repassadas à polícia, o rapaz que diz ter sido vítima de abusos estaria morando na Europa e veio à Paraíba apenas para denunciar o caso. Conversas por redes sociais e aplicativos de mensagens comprovariam a ligação entre ele e o padre.
O Portal Correio ligou várias vezes para o padre, tentando um contato telefônico. Na casa paroquial, em Pitimbu, a informação repassada é de que o ele não aparece por lá há mais de uma semana. Também foi confirmado o afastamento do religioso de suas funções na Igreja Católica "para tratamento de saúde", conforme divulgou a assessoria de comunicação da Arquidiocese.
Apesar do fato ter ocorrido em 2008, o delegado disse que, se for comprovado, o crime não prescreve. “Como o caso ocorreu quando o rapaz era menor de idade, o fato não prescreveu. O crime só passa a ter contagem da prescrição a partir do 18 anos”, afirmou.CORREIO DA PB
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