A Paraíba ocupa a 3ª posição no ranking dos estados do Nordeste que
tiveram o maior número de assassinatos de homossexuais registrados em
2013, ficando atrás apenas de Pernambuco e da Bahia. No Brasil, a
Paraíba aparece no 6º lugar. Foram pelos menos 17 homicídios, sendo 10
de gays e sete de travestis. Os dados são da pesquisa feita pelo Grupo
Gay da Bahia.
Proporcionalmente (homicídio por milhão de
habitantes), a situação da Paraíba é ainda pior, sendo considerado o
segundo estado mais perigoso para os homossexuais na região. Foram 4,34%
de assassinatos por milhão de habitantes no ano passado. O Rio Grande
do Norte teve 4,45% de mortes por milhão de habitantes.
Apesar
de apontar uma queda de 11,77% em relação a 2012, quando foram
registradas 15 mortes, a pesquisa destaca que o crime mais violento
aconteceu no município de Serra Redonda, no Agreste paraibano. No dia 24
de maio de 2013, o professor
e ex-vereador do município, Emanuel Bernardo dos Santos, 65 anos, foi
assassinado com 106 facadas e com cabo de foice introduzido no ânus.
Segundo
o estudo, em todo o país, repete-se a mesma tendência dos anos
anteriores, ou seja, casos de violência extrema, considerando-os como
crimes de ódio. No Brasil, 100 dos assassinatos foram praticados com
arma branca (faca, punhal, canivete, foice, machado, tesoura), 93 com
armas de fogo, 44 espancamentos (paulada, pedrada, marretada), 31 por
asfixia e quatro foram queimados.
De acordo com o levantamento, o
Brasil segue como campeão mundial em homicídios de homossexuais. No
mundo, de cada cinco gays ou transgêneros mortos, quatro são
brasileiros. Nesse quadro, o Nordeste segue com a região mais violenta
do país para o segmento com 43% dos homicídios. Depois aparece o Sudeste
e Sul, com 35%, cada um.
A pesquisa acusa os governos federal e
estaduais de promoverem 'homofobia institucional'. O governo da
presidente Dilma Rousseff (PT) é responsabilizado por ter vetado a
campanha do kit anti-homofobia, que, segundo o estudo, deveria ter
capacitado mais de seis milhões de jovens no respeito aos direitos
humanos dos homossexuais, e por terem pressionado sua bancada aliada
para não aprovar no Senado a lei que torna crime a discriminação de
homossexuais, o chamado PL da Homofobia. Já os estados são acusados de
não garantirem a segurança nos espaços frequentados pela comunidade
LGBT. CORREIO DA PB
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