Foto: Guilherme Veríssimo/Esp .DP/D.A Press |
Os policiais militares e bombeiros do estado encerraram a greve após 50 horas de terror pelas ruas da Região Metropolitana do Recife. No período, assaltos em série contra lojas, motoristas, transeuntes e prisões dividiram espaço com boatos sobre linchamento e até estupro dentro de universidades. A categoria só resolveu voltar às atividades com o compromisso do governo de atender a pauta de reivindicações. Um grupo pequeno ainda ficou insatisfeito com a decisão, tendo em vista que o aumento desejado - 50% para soldados e 30% para oficiais - não pode ser concedido por se tratar de ano eleitoral.
"Existem vários ganhos para a categoria e
não vemos mais razão para continuar a greve. O Recife parou. Ficou igual
a feriado. Cidade deserta. Comércio fechando as portas mais cedo. Além
disso, conseguimos parte do que queríamos e vamos continuar lutando pelo
restante", explicou o soldado Joel Maurício, um dos líderes do
movimento. A categoria resolveu retomar o trabalho depois de uma
negociação com os deputados estaduais Daniel Coelho, Terezinha Nunes,
Adalberto Feitosa, Sérgio Leite e Odacy Amorim, na Assembleia
Legislativa de Pernambuco. No encontro, foram anunciados os benefícios
oferecidos pelo Governo de Pernambuco para o fim da greve. O Tribunal de
Justiça de Pernambuco também considerou a paralisação ilegal e seria
cobrada uma multa de R$ 100 mil por dia caso a categoria não retomasse
as atividades.
A cada cinco anos, os praças
deverão ser promovidos como parte integrante do Plano de Cargos e
Carreira. O Comando Geral da Polícia Militar também designou a revisão
no Código Disciplinar. A medida pode acabar com as detenções por
comportamento dos militares.
Sobre a melhoria
na infraestrutura do Hospital da Polícia Militar, foi anunciada reforma
na unidade e ampliação da rede de atendimentos com a construção de
centros médicos no interior. Sobre o reajuste salarial, o aumento de
14,55%, que já estava garantido por negociação anterior, a ser recebido
em junho, foi mantido. O risco de vida, que é creditado como
gratificação, deverá ser incorporado ao soldo, o que levará o benefício
também para os inativos.
A comissão de
representantes da Polícia Militar ainda ressaltou que, na primeira
semana do próximo ano, a categoria voltará às ruas para cobrar o aumento
de 50% para soldados e 30% para oficiais.Diário de PE
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