De acordo com a ONU, a extrema pobreza tinha de ser reduzida pela metade até 2015 em relação aos níveis de 1990. O Brasil adotou metas mais rigorosas e estabeleceu a redução a um quarto desse mesmo nível, o que foi cumprido em 2012. Os dados estão no Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entregue nesta sexta-feira (23) à presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento da Política Nacional de Participação Social. No documento estão dados sobre os principais indicadores sociais relacionados a esses objetivos – como índices nas áreas de saúde, educação, trabalho e meio ambiente.
Na Paraíba, a entidade responsável por divulgar e buscar a concretização dos Objetivos do Milênio é a Fundação Solidariedade, braço social do Sistema Correio de Comunicação. Presidida pela diretora-executiva do Sistema Correio, Beatriz Ribeiro, a entidade foi criada em 2002, com a finalidade de buscar melhorias e bem está às comunidades menos favorecidas do nosso estado.
Para o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Jorge Chediek, o “sucesso notável do Brasil nessa trajetória mostrou a todos que a liderança esclarecida e comprometida é capaz de ajudar a transformar a sociedade em menos de uma geração”. Em agosto de 2013, Jorge Chediek fez uma visita ao Sistema Correio de Comunicação. Na ocasião, ele e executiva Beatriz Ribeiro discutiram as diretrizes dos Objetivos do Milênio.
Foto: Brasil foi um dos países que mais contribuíram para erradicação da miséria
Créditos: Divulgação
A
presidenta da República comemorou os dados do Brasil. “Nós, de fato,
reduzimos a desigualdade, não reduzimos tirando de ninguém, mas
aumentando o crescimento da renda dos mais pobres. Os mais ricos do
Brasil, a renda deles cresceu, mas foi muito menos do que cresceu a
renda dos mais pobres. É uma onda que vai empurrando de baixo para cima
todo mundo e a onda é mais forte naqueles que queremos pegar primeiro,
que são os eternamente excluídos deste país”. Créditos: Divulgação
Em relação às metas cumpridas com antecedência, a taxa de mortalidade no Brasil, de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990, diminuiu para 17,7 em 2011. Os dados do relatório mostram que a redução mais intensa dos óbitos ocorreu na faixa de 1 a 4 anos de idade. O avanço é atribuído ao incentivo ao aleitamento materno, ao acompanhamento pelos programas Saúde da Família e Saúde Indígena.
“Porém, o nível de mortalidade ainda é elevado. Por essa razão, muita ênfase tem sido dada às políticas, aos programas e às ações que contribuem para a redução da mortalidade na infância”, informa o relatório.
Sobre a redução da extrema pobreza, o nível atingiu 3,6%, mais de dez pontos percentuais a menos do que em 1990 – quando 13,4% da população viviam com menos de R$ 70 por mês, considerado o limite de extrema pobreza para a ONU.
“Já atingimos há alguns anos a meta de redução da extrema pobreza. Com isso, estamos próximos da superação”, explicou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri.
Foto: Situação será superada quando taxa de extrema pobreza estiver abaixo dos 3%
Créditos: Reprodução/Agência Brasil
O
Objetivo do Milênio de melhorar a saúde da gestante e reduzir a
mortalidade materna não será cumprido – nem pelo Brasil nem pelo
restante do mundo. O número de óbitos maternos a cada 100 mil
nascimentos no país passou de 143, em 1990, para 63,9, em 2011. Para
reduzir a meta a um quarto do nível de 1990, seria preciso chegar a 35.
Ainda assim, os níveis do Brasil são melhores do que os dos países em
desenvolvimento em geral e da América Latina – de 240 e 72 óbitos a cada
100 mil nascidos vivo, respectivamente.Créditos: Reprodução/Agência Brasil
“No Brasil, um fator que dificulta a redução da mortalidade materna é o elevado número de cesarianas. O percentual desse tipo de parto tem se mantido em patamares muito altos e com tendência de crescimento em todas as regiões”, conforme o relatório. Do total de partos feitos em 2011, 54% foram cesáreas. Em 1996, esse índice era menos de 41%.
Em relação aos demais objetivos, as perspectivas são positivas e o Brasil acredita que as metas serão cumpridas. Em educação, cuja meta é a universalização da educação primária, o país está com 97,7% das crianças de 7 a 14 anos frequentando o ensino fundamental – mais do que os 81,2% de 1990.
Nos demais ODMs - paridade de gêneros, combate a HIV/Aids, qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e parceria mundial para o desenvolvimento - a expectativa é seguir avançando nos índices.
“Tendemos a olhar a mudança [no Brasil] como superficial e quando vemos os objetivos [cumpridos] e características estruturais, como mortalidade infantil, acesso à creche, vamos ver que é uma transformação profunda, no sentido de estrutural e na base”, disse Marcelo Neri.Correio da PB
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