domingo, 11 de maio de 2014

Membros da Inferno Coral serão indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil

Do JC Online

 / Foto: Divulgação/Twitter

Foto: Divulgação/Twitter

Os três integrantes da Inferno Coral detidos após a morte do torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, atingido por um vaso sanitário arremessado da arquibancada do Arruda na última sexta-feira (2), serão indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil. "Foi um crime bárbaro e absurdo, sem direito de defesa", disse a delegada Greide Ângelo, em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta (9), na sede da Secretaria de Defesa Social, SDS.
Everton Felipe Santiago, 23 anos, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, e Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34, também vão ser indiciados por mais três tentativas de homicídio, uma vez que feriram mais três pessoas.

De acordo com a delegada, após cometerem o crime, os três integrantes da Inferno Coral saíram pelo portão 11 do estádio do Arruda, passaram pela sede social e depois pela avenida Beberibe. Eles ouviram pelo rádio que o torcedor do Sport havia morrido.
Luiz Cabral Neto fugiu para o Rio Grande do Norte. Waldir Firmo foi para Maceió, enquanto Everton Felipe permaneceu no Recife. Os três estão presos no Cotel. O inquérito deverá ser concluído em oito dias.
RECONSTITUIÇÃO DO CRIME - Segundo a delegada, os três suspeitos saíram do estádio nos acréscimos do segundo tempo. Eles chegaram a se envolver em brigas fora do campo e decidiram voltar para dentro do Arruda, neste momento já fechado, a fim de acertar os torcedores do Sport de cima das arquibancadas.
Uma vez na arquibancada superior, o trio procurou pedras para atirar no grupo de torcedores do Sport e Paraná, mas não encontraram. A alternativa foi arrancar as bacias sanitárias. Everton removeu as duas privadas que Luiz Cabral e Waldir Firmo Júnior arremessaram. Antes de jogar os vasos, os três acusados ainda esperaram o grupo de torcedores se concentrar para poder acertar mais pessoas.
Depois de cometerem o crime, os três saíram pelo Portão 11, que dá acesso à Avenida Professor José dos Anjos, por onde passa o Canal do Arruda. "Na hora, eles não sabiam quem eles tinham acertado. Só quando chegaram em casa, ouvindo o rádio, é que descobriram o que houve", contou Gleide Ângelo. Cientes da situação, Luiz Cabral fugiu para o Rio Grande do Norte e Waldir Firmo Júnior foi para Maceió. Everton Felipe ficou no Recife, acreditando que a polícia não chegaria até a sua localização.
A delegada contou que os três confessaram o crime em depoimento. "Waldir chegou a ameaçar pessoas ligadas ao Santa Cruz, tentando apagar imagens ou informações que incriminassem ele", disse a delegada. Para a polícia, os três narraram os mesmos fatos, o que facilitou a recomposição da cena criminal. "O indiciamento será por homicídio doloso, com a clara intenção de matar. O crime foi qualificado pela motivação fútil. Certamente, eles sabiam que matariam alguém atirando as privadas daquela altura. Para mim, eles são culpados sim", concluiu a delegada.

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