Do JC Online
Foto: Divulgação/Twitter
Os três integrantes da
Inferno Coral detidos após a morte do torcedor do Sport Paulo Ricardo
Gomes da Silva, atingido por um vaso sanitário arremessado da
arquibancada do Arruda na última sexta-feira (2), serão indiciados por
homicídio qualificado por motivo fútil. "Foi um crime bárbaro e absurdo,
sem direito de defesa", disse a delegada Greide Ângelo, em entrevista
coletiva concedida na tarde desta sexta (9), na sede da Secretaria de
Defesa Social, SDS.
Everton Felipe Santiago, 23 anos, Luiz
Cabral de Araújo Neto, 30, e Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34, também vão
ser indiciados por mais três tentativas de homicídio, uma vez que
feriram mais três pessoas.
De acordo com a delegada, após cometerem
o crime, os três integrantes da Inferno Coral saíram pelo portão 11 do
estádio do Arruda, passaram pela sede social e depois pela avenida
Beberibe. Eles ouviram pelo rádio que o torcedor do Sport havia morrido.
Luiz Cabral Neto fugiu para o Rio Grande
do Norte. Waldir Firmo foi para Maceió, enquanto Everton Felipe
permaneceu no Recife. Os três estão presos no Cotel. O inquérito deverá
ser concluído em oito dias.
RECONSTITUIÇÃO DO CRIME - Segundo a
delegada, os três suspeitos saíram do estádio nos acréscimos do segundo
tempo. Eles chegaram a se envolver em brigas fora do campo e decidiram
voltar para dentro do Arruda, neste momento já fechado, a fim de acertar
os torcedores do Sport de cima das arquibancadas.
Uma vez na arquibancada superior, o trio
procurou pedras para atirar no grupo de torcedores do Sport e Paraná,
mas não encontraram. A alternativa foi arrancar as bacias sanitárias.
Everton removeu as duas privadas que Luiz Cabral e Waldir Firmo Júnior
arremessaram. Antes de jogar os vasos, os três acusados ainda esperaram o
grupo de torcedores se concentrar para poder acertar mais pessoas.
Depois de cometerem o crime, os três
saíram pelo Portão 11, que dá acesso à Avenida Professor José dos Anjos,
por onde passa o Canal do Arruda. "Na hora, eles não sabiam quem eles
tinham acertado. Só quando chegaram em casa, ouvindo o rádio, é que
descobriram o que houve", contou Gleide Ângelo. Cientes da situação,
Luiz Cabral fugiu para o Rio Grande do Norte e Waldir Firmo Júnior foi
para Maceió. Everton Felipe ficou no Recife, acreditando que a polícia
não chegaria até a sua localização.
A delegada contou que os três
confessaram o crime em depoimento. "Waldir chegou a ameaçar pessoas
ligadas ao Santa Cruz, tentando apagar imagens ou informações que
incriminassem ele", disse a delegada. Para a polícia, os três narraram
os mesmos fatos, o que facilitou a recomposição da cena criminal. "O
indiciamento será por homicídio doloso, com a clara intenção de matar. O
crime foi qualificado pela motivação fútil. Certamente, eles sabiam que
matariam alguém atirando as privadas daquela altura. Para mim, eles são
culpados sim", concluiu a delegada.
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