Um
homem apontado como estelionatário estaria se passando por monge e por
'pai de santo' para aplicar golpes em diversas pessoas em pelo menos
três cidades da Paraíba. A estimativa é de que somente em Monteiro, no
Cariri, a 305 quilômetros de João Pessoa, cerca de 50 pessoas teriam
sido vítimas dele que, segundo denúncias, estaria se passando por
religioso.
Em
Rio Tinto, no Litoral Norte do estado, o padre José Glaubo da paróquia
de Santa Rita de Cássia, postou mensagens no perfil pessoal do Facebook,
alertando as pessoas para os golpes do homem que se identificava como
'irmão José' e estaria se passando por monge beneditino e enganando as
pessoas, pedindo doações.
"Atenção! A todos os que fazem parte
da minha rede social, tenham muito cuidado. Com este homem que se passa
por monge Beneditino e que se passa por irmão José, ele tem uma conversa
bonita e envolvente... Ele é um estelionatário. Enganou varias pessoas
em Rio Tinto", dizia uma das mensagens do padre José Glaubo.
Mas
há informações de que os golpes do homem teriam sido aplicados em
Curral de Cima, na Zona da Mata paraibana, a 63 quilômetros da Capital,
onde ele também estaria usando o nome falso de 'Pecorelle'.
Os golpes
Uma das vítimas dele, o cabo da Polícia Militar lotado no 11º Batalhão, em Monteiro, Richardson Fernandes, contou a inprensa que o 'pai de santo', que era como ele estaria se apresentando no
município, teria pego o carro da vítima desde janeiro de 2014 e
desaparecido. "Primeiro, ele faz amizade, tem uma conversa bonita e
depois que conquista a confiança, aplica o golpe", contou o militar.
Cabo
Richardson falou que o homem dizia que era aposentado do INSS por
invalidez devido a problemas psicológicos e mostrava documentação de
tudo. "Parecia original. Inclusive ele mostrou que ganhava mais de R$ 10
mil de aposentadoria e dizia também que era professor do Magistério
Estadual, mostrando toda a documentação, que deveria ser falsa",
relatou.
O carro que teria sido levado pelo homem é um Siena
Fire Flex, Cor Cinza, de Placas PEK 0476 de Serra Talhada-PE. Conforme o
PM, desde o início do ano que o veículo sumiu junto com o suposto
falsário. Cabo Richardson informou que prestou queixa na delegacia de
Monteiro em abril, mas ainda não teve mais nenhuma notícia nem do
veículo, nem do homem.
Nos documentos que trazia em mãos, ele
estaria se identificando como 'José Lima de Oliveira Júnior', mas ainda
não há informações se trata-se do nome real dele.
Cabo
Richardson informou que, após ser vítima do golpe, tomou conhecimento de
várias outras pessoas que também teriam sido alvo do homem. Ele estaria
atacando, principalmente, pessoas carentes e de boa fé.
"Tive
conhecimento de uma senhora em que o golpista teria se oferecido para
pagar as contas dela através de cartão de crédito. Vendo que ela estava
muito atarefada, ele se aproveitou para oferecer 'ajuda' e ela não teve
como recusar. No entanto, o suposto pai de santo, não pagou as contas,
agendando para outro dia e utilizou os limites da vítima com gastos
pessoais dele", informou o PM.
Outra caso que chegou ao
conhecimento do militar foi o de um casal que teria pago três prestações
da suposta compra de um apartamento. O homem teria conseguido que as
vítimas depositassem R$ 15 mil na conta dele. "Ele chegou a levar as
vítimas para visitar o apartamento, mostrou uma documentação falsa e
quando o casal foi ao apartamento para se mudar, o proprietário disse
que os documentos apresentados eram falsos e que as informações
repassadas sobre o imóvel não procediam".
Mensagens no Facebook
Nas
mensagens do padre José Glaubo, em Rio Tinto, foram postadas pelo menos
duas fotos em que o homem estaria vestido com bata de monge beneditino
em contato com pessoas carentes.
O padre pede para que as
pessoas compartilhem as fotos para que ele possa ser identificado e seu
paradeiro chegue ao conhecimento da polícia. Eu uma das fotos postadas
no perfil do padre José Glaubo, já havia 280 compartilhamentos.
O
caso é investigado pela Delegacia de Monteiro, onde foi feito o boletim
de ocorrência sobre o desaparecimento do veículo do policial militar. O
Portal Correio tentou entrar em contato com o delegado
Paulo Ênio Rabelo que investiga as denúncias, mas ele não estava no
plantão. Ainda foi tentado contato através de telefones celulares, mas
os números estavam desligados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário