A
presidenta Dilma Rousseff vetou integralmente o Projeto de Lei
104/2014, que tratava da criação, incorporação, fusão e o desmembramento
de municípios. A proposta, aprovada no começo de agosto pelo Senado,
substituía um outro projeto sobre o mesmo assunto, vetado integralmente
por Dilma no fim do ano passado.
Com o veto da presidenta, a
Paraíba deixa de ganhar quatro municípios a mais, como previam algumas
lideranças políticas. A partir da promulgação da Constituição do Estado,
em 1989, a Paraíba pulou de 171 para 223 municípios.
Um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), divulgado no início de dezembro do ano passado
apontava que na Paraíba estariam condições de se emancipar e virar
municípios os distritos de Galante e São José da Mata (de Campina
Grande), Nossa Senhora do Livramento (de Santa Rita, na região
metropolitana de João Pessoa) e Renascer (em Cabedelo, também na região
metropolitana, no Litoral Sul).
Na mensagem de veto dirigida ao
presidente do Senado, Renan Calheiros, publicada nesta quarta-feira (27)
no Diário Oficial da União, Dilma Rousseff argumenta que a proposta
criaria despesas sem indicar as fontes de receitas correspondentes, o
que desequilibraria a divisão de recursos entre os municípios.
“Embora
se reconheça o esforço de construção de um texto mais criterioso, a
proposta não afasta o problema da responsabilidade fiscal da federação.
Depreende-se que haverá aumento de despesas com as novas estruturas
municipais sem que haja a correspondente geração de novas receitas.
Mantidos os atuais critérios de repartição do Fundo de Participação dos
Municípios, o desmembramento de um município causa desequilíbrio de
recursos dentro do seu estado, acarretando dificuldades financeiras não
gerenciáveis para os municípios já existentes”, diz a mensagem de veto.
O
veto da presidente Dilma Rousseff às regras sobre criação de municípios
(PLS 104/2014 – complementar) provocou reações diferentes em senadores e
deputados. O senador Anibal Diniz (PT-AC) classificou o veto como
“lamentável”. Ele disse que a decisão revela a falta de diálogo entre o
Executivo e o Legislativo. Anibal lembrou que em outubro do ano passado
já havia ocorrido um veto em projeto de mesmo teor (PLS 98/2002). Assim,
disse o senador, um novo projeto foi elaborado, como “fruto de um
entendimento com o governo Correio da PB
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