quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Casamento de paciente no Imip é marcado por emoção

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Do JC Online Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

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Um beijo demorado e um abraço quase sem fim. Como quem acredita que segurando a pessoa que ama terá ela por mais tempo ao lado, seu Amauri Pastor da Silva, 63 anos, selou nesta quarta a união com a mulher com quem vive há 34 anos. Com um câncer de pâncreas em estágio avançado, ele não sabe até quando estará ao lado de Marinalva, mas nem por isso deixou de lado um antigo sonho: o de casar. 
"Eu queria viver com você para sempre", disse o noivo à Marinalva, 34, quando os dois se encontraram no altar. Conduzida pelo filho único filho do casal, ela não escondia a emoção ao andar pela Capela Nossa Senhora das Graças, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na Boa Vista."A gente nem conseguiu dormir esta noite de tanto nervosismo", contou ela enquanto se arrumava para ir ao encontro do companheiro. 

Sem a possibilidade de cura, seu Amauri está internado no setor paliativo da unidade de saúde. E foi lá que, durante a conversa com o médicos, que revelou o desejo que nunca pôde realizar. Após o pedido oficial à esposa, foi a vez de a equipe do hospital e o voluntariado do Imip se mobilizarem para organizar. "De quinta para hoje arrumamos tudo. Conseguimos as doações e arrecadamos dinheiro para fazer a cerimônia", explicou um das voluntárias da Oficina de Artes do Imip, Lusiana Carvalho. 




A história do casal emocionou e criou um sentimento de solidariedade em quem compartilha do mesmo sonho. No grupo de Facebook Noivas Unidas do Recife (NUR), no qual as noivas trocam experiências antes do dia tão esperando, foi criada uma campanha para ajudar no casamento de seu Amauri. O sapato, a roupa, o terço, tudo foi doado. 
Durante a cerimônia, muitos médicos, enfermeiros e voluntários não conseguiram conter as lágrimas. O residente, Hugo Moura, que acompanha seu Amauri desde que ele chegou no setor, foi um dos padrinhos do casal."Realizar a vontade de um paciente que passa por esta situação é muito importante. Isso possibilita um conforto a ele". O médico ainda trouxe uma boa notícia. O noivo poderá voltar para casa em breve, quando os medicamentos paliativos forem ajustados. 

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