A sabatina promovida pela
Federação de Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) na tarde dessa
segunda (15) com os candidatos Armando Monteiro Neto (PTB) e Paulo
Câmara (PSB) - principais postulantes ao governo estadual - mostrou
situações distintas no relacionamento com os concorrentes. Enquanto o
petebista (que presidiu a instituição por 12 anos, além de oito que
ficou à frente da CNI) encontrou um ambiente favorável, Paulo teve que
escutar críticas a respeito do tratamento do Estado com o empresariado.
As propostas foram apresentadas separadamente.
Ao fazer a apresentação do quadro
econômico de Pernambuco, o coordenador de execução da Política
Industrial de Pernambuco da Fiepe, Antônio Carlos Maranhão, destacou que
o Estado é considerado um dos mais instáveis e complexos para a
instalação de novas empresas. Ele também citou dados que mostram que
Pernambuco tem uma das energias mais caras do País, o que impacta na
competitividade com os demais estados.
Paulo questionou a fonte dos dados e
disse o tempo para instalação de novos empreendimentos reduziu de 30
dias para nove dias. O socialista criticou o sistema elétrico do País e
disse que o custo da energia se deve ao modelo de concessão, mas se
comprometeu em rever formas para reduzir os valores. O candidato foi
questionado sobre as políticas de incentivo às micro e pequenas
empresas, tema que pauta os discursos de Armando Monteiro. Ele disse que
seu governo terá uma política tributária justa e se comprometeu a criar
unidades regionais da AD Diper.
Sentindo-se em casa, Armando falou o que
os empresários queriam ouvir: que, caso seja eleito, irá defender
alianças com o setor privado tanto para obras de caráter econômico ou
social. Falou também em não oferecer isenção fiscal para novas empresas
cuja produção seja semelhante à da indústria local, evitando, assim,
concorrentes. A sintonia com a plateia era tanta que, a cada pergunta, o
candidato era aplaudido.
“Uma aliança estratégica, não tem outro
nome. Se não construirmos uma aliança estratégica do governo com o setor
empresarial, nós não vamos poder enfrentar essa agenda que é
extremamente sobrecarregada”, afirmou.
O petebista defendeu propostas para a
área de educação, programas de incentivos e infraestrutura e ainda
respondeu questões feitas pelos empresários nas áreas de qualificação,
inovação e sustentabilidade.
Nas considerações finais, aproveitou
para alfinetar o adversário, afirmando que Paulo Câmara é um “produto de
marketing”. “A experiência indica que gestores existem em várias áreas,
nas instituições públicas, nas empresas, nas universidades. Agora,
políticos, é algo que não tem pronto na prateleira”, disse. DO JC
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