sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Após quase três anos morando em hospital, menino Ryan é operado

Do G1
Foi operado, nesta sexta-feira (5), o menino Ryan Tenório, depois de passar quase três anos vivendo em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Recife. O menino tem uma doença rara, a síndrome de Ondine, que faz com que ele pare de respirar ao adormecer. Um marca-passo diafragmático, comprado pelo governo estadual, foi instalado na criança e, com isso, ele vai poder ir para casa após a recuperação. A operação começou às 9h30 e foi feita pelo cirurgião torácico Rodrigo Sardenberg, de São Paulo, pioneiro nesse tipo de intervenção.

O procedimento aconteceu no Hospital Otávio de Freitas, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Ryan foi transferido na última quarta (3) para lá, do Hospital Barão de Lucena, na Iputinga, onde mora desde os 19 dias de vida. A cirurgia durou cerca de quatro horas. Ela se dividiu em duas partes: a do lado direito do diafragma de Ryan acabou por volta do meio-dia, quando foi iniciada a intervenção do lado esquerdo.

A mãe de Ryan pretende usar o dinheiro doado pelas pessoas durante a campanha "Ajude o Ryan" para comprar uma casa no Recife, já que o menino vai precisar ser acompanhado depois da cirurgia na capital pernambucana.

A Síndrome de Ondine afeta uma em cada 200 mil crianças. Quando dorme, o paciente para de respirar. Por isso, Ryan nunca saiu do ambiente hospitalar. A única maneira de ir para casa e ter uma vida normal era com a instalação do marca-passo. Foram meses de uma luta com contornos até judiciais até que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou a chegada do equipamento, nesta semana.
Ryan nasceu no hospital de Custódia, no Sertão. No segundo dia de vida, Ryan foi encaminhado para o Hospital Maternidade Jesus Nazareno, em Caruaru. Em seguida, foi levado ao Barão de Lucena, onde virou xodó dos funcionários.
sA jovem Carol Brito engravidou de Ryan quando tinha apenas 15 anos e foi abandonada pelo companheiro. A mãe, hoje com 18, forçada pelas circunstâncias a abdicar de estudos e trabalho para morar com o filho dentro de um hospital, comemora: “Estou muito feliz. A batalha está chegando ao fim e Ryan vai poder ir para casa. Ele já entende. Ryan está muito feliz também”.
Ryan estava há um mês num apartamento na enfermaria do Barão de Lucena, após superar um isolamento causado pela superbactéria KPC. No quarto de número 307, o menino passava o dia escutando músicas infantis, dançando e correndo. O sorriso, que já era fácil mesmo nos momentos mais críticos, agora é pleno.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda vai divulgar maiores detalhes sobre a cirurgia para implantação do marca-passo diafragmático, assim como sobre o período pós-operatório do paciente, que deve ocorrer no próprio Hospital Otávio de Freitas. A criança completará 3 anos de idade em 26 de dezembro, um dia depois do Natal. O presente já chegou.

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