terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ex-PM pega 37 anos de reclusão por matar ex-companheira grávida em PE

Do G1 PE
Família de corretora assassinada se manifestou antes do júri realizado em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)Família de corretora assassinada mostrou faixa pedindo justiça no Fórum de Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)
O ex-policial militar Marcos Antônio de Medeiros Silva foi condenado, nesta terça-feira (2), a 37 anos de reclusão em regime fechado pela morte da ex-companheira dele, a corretora de imóveis Taciana Barbosa de Carvalho. O crime ocorreu em maio de 2008, em Olinda, Grande Recife. Ele deverá cumprir a pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana. No entanto, como a defesa do réu informou que vai recorrer da decisão, ele ficará detido no Presídio de Igarassu, na mesma região, até o julgamento do recurso.

Marcos Antônio de Medeiros Silva foi condenado a 19 anos por homicídio triplamente qualificado, 3 anos por sequestro, 4 anos por furto qualificado, 7 anos por aborto, 2 anos por ocultação de cadáver e 2 anos de coação de testemunhas. A sentença foi lida pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, que presidiu a sessão no Fórum de Olinda.

Segundo denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o réu sequestrou a vítima por volta das 21h do dia 11 de maio de 2008, no Terminal de Integração de Passageiros do bairro de Rio Doce, e em seguida a matou, provocando-lhe o aborto. Na época, Taciana encontrava-se grávida de sete meses.


Ainda conforme o MPPE, o acusado subtraiu objetos da vítima, ocultado o seu cadáver, jogando-o ao mar em Itamaracá, também no Grande Recife, e coagido testemunhas para impedir a elucidação da autoria dos crimes. Até hoje, o cadáver não foi encontrado.

Durante as investigações, ainda em 2008, um pescador de Itamaracá contou à Polícia Civil que foi procurado pelo réu para jogar uma oferenda ao mar e desconfiou que fosse um corpo. A família de Taciana afirmou que Marcos Antônio não aceitava a gravidez e, por isso, teria matado a mulher. Ele era casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com a corretora de seguros.

Júri popular
O julgamento começou por volta das 9h. Logo no início da plenária, foram escolhidos os sete jurados que decidiram o destino do acusado. Depois, foi ouvida a única testemunha do caso – a mãe de Taciana, a dona de casa Fátima Barbosa. A família da vítima acompanhou o júri vestindo uma camisa com a foto da corretora de seguros e as palavras “Justiça Taciana”.

Como nenhuma testemunha de defesa foi convocada pelo advogado de Marcos Antônio, o réu foi interrogado logo após o depoimento de Fátima Barbosa. O debate entre a defesa e a acusação ocorreu em seguida, com direito a réplica e tréplica. A promotora Eliane Gaia foi a responsável pela acusação. A defesa do réu ficou a cargo dos advogados Maurício Gomes da Silva e Severino José de Carvalho pela defesa.

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