O preço dos remédios deve ter reajuste
máximo entre 5% e 7,7% neste ano, segundo estimativas da indústria
farmacêutica. Os valores são superiores aos do ano passado, quando os
índices variavam de 1% a 5,7%. Os percentuais oficiais de reajuste
máximo permitido devem ser divulgados pela Câmara de Regulação do
Mercado de Medicamentos (Cmed) no dia 31 de março. A previsão, no
entanto, é que haja pouca variação em relação aos cálculos da indústria.
A estimativa desde ano foi feita com
base nos índices que, junto com a inflação, compõem o novo cálculo
adotado pelo governo para fixar o reajuste máximo do preço dos
medicamentos. Os índices, que se baseiam em fatores como produtividade e
custos dos insumos, foram divulgados no Diário Oficial da União nesta
quinta-feira (26).
Em geral, o reajuste é dividido em três
faixas, com base na concentração do mercado. Assim, medicamentos mais
simples e produzidos por mais empresas costumam ter permissão de
reajuste maior --uma vez que a indústria costuma baixar os preços para
manter a concorrência. Entram nessa lista, por exemplo, medicamentos
como omeprazol, usado para tratamento de gastrite, e amoxicilina,
antibiótico usado para tratar infecções urinárias e respiratórias.
Na outra ponta, remédios fabricados por
menos empresas, os quais as indústrias teriam facilidade para aumentar
os preços, têm menor índice de reajuste permitido.
Ao todo, 19 mil produtos estão sujeitos
ao novo reajuste. O aumento, no entanto, não chega imediatamente às
farmácias. A previsão é que as primeiras variações de preço ocorram
entre junho e julho, com a reposição dos estoques.
Indústria e varejo também podem praticar
um reajuste menor do que permitido, principalmente em casos de produtos
de grande concorrência.
Para Nelson Mussolini, do Sindicato das
Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma), embora
seja maior do que no ano passado, o novo reajuste não repõe os custos de
produção do setor. Ele teme impactos como redução de mão de obra e
investimentos em novas pesquisas para desenvolvimento de remédios.
"Para o consumidor também é ruim porque
os descontos nas farmácias vão diminuir. E a indústria deixa de investir
em inovação", afirma.
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