sexta-feira, 19 de junho de 2015

Mãe Quer Ficar Frente a Frente com PM que Matou Seu Filho

Severina no quarto do filho, morto por um tiro de fuzil disparado por um PM / Guga Matos/JC Imagem

Guga Matos/JC Imagem

Por quê? É a pergunta que não quer calar. Que não deixa a dona de casa Severina Lopes de Oliveira descansar. Por quê? É a pergunta que ela quer fazer, olhando, olho no olho, do sargento que atirou e matou o adolescente Marcelo Gomes. “Por que ele matou meu filho? Eu preciso ficar frente a frente com ele. E saber por que ele fez isso. Eu preciso ouvir essa resposta, senão meu coração vai explodir.” Ontem, um dia após enterrar o filho, Severina ia de um lado para o outro da casa agarrada com a camisa de Marcelo. “Ainda não tomei banho para não tirar o cheiro dele do meu corpo.”
 O policial alega que o tiro foi acidental. Que ele se desequilibrou e a arma disparou. A senhora acredita nessa possibilidade?
SEVERINA – É mentira. Meu menino disse que ele atirou. Ele fez pontaria e atirou.

 O que a senhora acha que aconteceu?
SEVERINA – Teve uma vez que ele pegou a chave da moto escondido do pai e ele foi abordado pelos policiais. Por conta disso, o pai teve a carteira de motorista suspensa. Eu acho que ele ficou com medo de prejudicar o pai de novo. Por ser de menor, ele sabia que ia ser um problema. Ele morreu para defender o pai. Meu filho era puro, era uma criança inocente.

 A senhora pensa em processar o Estado?
SEVERINA – Com certeza. Tudo o que eu mais queria era ficar frente a frente com o sargento que atirou no meu bebê. Eu não ia fazer nada com ele. Eu só ia perguntar uma coisa: Por que ele fez isso com o meu filho? Ele acabou com a minha vida. Meu filho pensava alto. Ele ia fazer faculdade de administração, seguir com os negócios do pai. Era muito inteligente. Ele acabou com tudo.Do JC

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