terça-feira, 9 de junho de 2015
Polícia diz que tiro que matou PM na PB partiu de menor; três suspeitos são soltos
Um adolescente de 15 anos foi o autor do tiro que matou o cabo da Polícia Militar da Paraíba Ubirajara Moreira Dias, na madrugada do sábado (6) durante o assalto a um posto de combustíveis na cidade de Patos, no Sertão. A nova versão do caso foi apresentada nessa segunda-feira (8) pelo delegado Manoel Martins, durante entrevista ao programa Cidade Alerta PB, TV Correio HD. Oito foram detidos, mas três já estão em liberdade porque não tiveram participação na ação criminosa, segundo à Polícia Civil. MPPB investiga a exposição dos presos apresentados pela Polícia Militar em ‘desfile’ oficial. PM nega que tenha havido 'desfile'.
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No dia do crime, o 3º Batalhão da Polícia Militar divulgou que o tiro teria sido efetuado pelo ex-presidiário Joílson da Silva Galdino, 19 anos, que tentou fugir armado com um revólver calibre 32, em uma moto com um amigo, e durante troca de tiros com os policiais acabou morrendo, na Serra de Teixeira. Porém, após analise do circuito de câmera de segurança, houve um novo rumo nas investigações.
“Analisamos, minuciosamente, as imagens do circuito de câmera do posto de combustíveis e concluímos que o autor do disparo foi um dos adolescentes de 15 anos, que foi detido pela PM. O que morreu o Joílson da Silva estava envolvido no assalto, mas não no disparo. O menor tem diversas passagens pela polícia por roubo e assalto”, concluiu o delegado. Dados da Polícia Militar confirmam que o garoto de 15 anos já foi apreendido por porte ilegal de arma, por duas vezes, no intervalo de seis meses.
No mesmo dia do latrocínio (roubo seguido de morte), oito pessoas foram detidas pela Polícia Militar na cidade de São José do Bonfim, na região de Patos, bebendo comemorando o assalto e a morte do policial. A residência foi cercada e o grupo detido. Houve trocas de tiros e dois morreram. “Dos oito detidos, três foram liberados porque não tiveram participação no crime. Cinco foram indiciados, entre eles, dois adolescentes”, revelou o delegado Manoel Martins.
‘Desfile’
Os suspeitos de participação do assalto foram apresentados aos policiais militares em serviço e à população do município durante um ‘desfile’ na tarde do sábado (6). Durante o trajeto pelas ruas da cidade a população aplaudiu a ação da PM e pediu justiça.
Em nota, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) - através do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) – instaurou procedimento preparatório para apurar, junto com as Promotorias de Justiça Criminais e de Defesa da Criança e do Adolescente de Patos, as circunstâncias que levaram à prisão de três pessoas, à apreensão de dois adolescentes e à morte de dois homens, após o assassinato do cabo Ubirajara.
Os promotores de Justiça vão requerer os relatórios das ocorrências policiais sobre o latrocínio que vitimou o PM, sobre a prisão dos suspeitos e a morte dos dois envolvidos no crime, além de cópias dos autos de prisão em flagrante para apurar o que aconteceu e identificar os policiais envolvidos nos fatos. O Ministério Público estadual tem 90 dias para concluir as diligências.
'Não houve desfile', diz PM
A assessoria da Polícia Militar nega que tenha sido feito um 'desfile' com os presos. As imagens gravadas por populares e divulgadas pelas redes sociais mostram o trajeto do local onde eles foram encontrados até a delegacia, ressaltando que os que estavam na parte de cima das viaturas eram maiores de idade e os menores estavam na parte de dentro, sem algemas.
Além de mostrar transparência na ação e condução dos suspeitos para evitar possíveis denúncias de que eles teriam sofrido algum tipo de agressão neste trajeto, como já ocorreu em outros estados do Brasil (a exemplo do episódio do ônibus 174, no ano de 2000, no Rio de Janeiro), os próprios policiais da região evitaram o linchamento dos acusados quando chegaram à delegacia, já que a população estava bastante exaltada com a morte do policial e queria a todo custo agredir os suspeitos.
Por fim, a assessoria da instituição lembra que cabe apenas ao poder judiciário esse papel de fazer justiça, desaconselhando qualquer cidadão a querer fazer com as próprias mãos ou profissional a achar que assim pode ser feito.Correio da PB
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