Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba (Foto:
Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão)
A Polícia Federal (PF) indiciou oito pessoas no inquérito da 14ª Fase da Operação Lava Jato envolvendo a empreiteira Odebrecht
pelos crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, corrupção
ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão)
O relatório foi protocolado no processo eletrônico da Justiça Federal, por volta das 14h45 desta segunda-feira (20).
Foram indiciados Marcelo Bahia Odebrecht (presidente da holding Odebrecht S.A.), Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Márcio Farias da Silva, César Ramos Rocha, Celso Araripe de Oliveira, Eduardo de Oliveira Freitas Filho e João Antônio Bernardi Filho.
O G1 entrou em contato com a Odebrecht, mas, até as 15h30, não obteve resposta sobre o indiciamento das pessoas ligadas à empreteira.
Agora, o MPF vai analisar o indiciamento da PF para oferecer ou não uma denúncia envolvendo as empreiteiras à Justiça Federal. Se houver denúncia e o juiz federal Sérgio Moro aceitá-la, os denunciados passarão a ser réus.
Relembre
A 14ª fase da Lava Jato foi deflagrada no dia 19 de junho e cumpriu 59 mandados judiciais envolvendo, além da Odebrecht, a construtora Andrade Gutierrez - no domingo (19), nove pessoas foram indiciadas pela PF no inquérito relacionado à construtora. Entre elas, está o presidente da empreiteira, Otávio Marques de Azevedo.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.
O delegado da PF Igor Romário de Paula já tinha afirmado, à época da deflagração desta etapa da operação, que havia indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.
Calados em depoimento
De acordo com delegado federal Eduardo Mauat da Silva, nem todos os investigados falaram nos depoimentos. Cinco presos, relacionados à Odebrecht, optaram por ficar em silêncio. Entre eles, Marcelo Odebrecht.
“Foi dada a oportunidade para que cada um expusesse a sua versão, mas é um direito constitucional permanecer em silêncio para evitar a autoincriminação”, disse o delegado.
Já era esperado que eles ficassem calados, uma vez que a advogada Dora Cavalcanti informou a decisão na quinta-feira (17). "Enquanto os peticionários estavam soltos, esse respeitável Departamento de Polícia Federal do Paraná ignorou solenemente seu propósito de esclarecer os fatos, e não se dignou a marcar um único depoimento de nenhum", diz trecho da petição protocolada na Justiça Federal, em Curitiba.
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