Dayvison Nunes/JC Imagem
Aliados no Estado desde
2012, na eleição do Recife – após o reencontro político dos
ex-governadores Eduardo Campos e Jarbas Vasconcelos –, PSB e PMDB
caminham, em Pernambuco, em sentidos opostos em relação ao desfecho da
crise política nacional e a proposta de impeachment da presidente Dilma
(PT). O governador Paulo Câmara (PSB) e o vice Raul Henry (PMDB) se
posicionaram em campos opostos, neste sábado, no tradicional almoço de
aniversário de Jarbas, na sua casa do Janga, com o socialista
ressaltando “não haver elementos” e o peemedebista pedindo a construção
do impedimento baseada em “pressupostos constitucionais”.
Num dia em que o deputado federal e
anfitrião Jarbas, que completa 73 anos, evitou falar em política, o
governador socialista e o vice peemedebista propuseram saídas distintas
para a crise de relação entre a presidente Dilma e a Câmara dos
Deputados e a extensão do escândalo do Petrolão sobre a Presidência,
que tem aprofundado a recessão econômica no País. Paulo pediu “um
pacto nacional”, uma unidade do País para melhorar o ambiente
econômico, enquanto Raul defendeu o impeachment como fator de “retomada
do nível de confiança” dos investidores e da atividade econômica.
O governador afirmou ter convicção de
que o momento é de busca de um pacto para o País voltar a crescer e
alertou que não fará bem ao País, aos Estados e municípios acreditar na
ideia do “quanto pior, melhor”. “Não vejo elementos para o impeachment.
Sou a favor das investigações. Investigue-se tudo. Renúncia é uma
questão pessoal, não cabe juízo de valor, mas respeito as instituições,
respeito a democracia, entendo que a presidente Dilma tem um mandato a
cumprir. Quero que o Brasil volte a crescer e a ter condições de
superar seus problemas”, destacou.
O vice-governador Raul Henry entende que
será “muito difícil” o País atravessar mais três anos de governo com a
taxa de confiança atual na economia. Apontou, ainda, os avanços das
investigações agora sobre as bases (de financiamento) da campanha de
reeleição de Dilma. “O impeachment, preservando os aspectos
constitucionais, seria o melhor caminho ou a renúncia. Se acontecer os
indícicios, as evidências de que a eleição dela está viciada, então
caminharemos na direção do impeachment. Vamos viver um processo muito
intenso daqui pra frente. O Brasil vai viver grandes acontecimentos”,
avaliou.
Em direção contrária, Paulo Câmara
ressaltou que a só melhoria do ambiente político – que passa por um
pacto de tolerância – e que hoje afeta negativamente os negócios do
País, fará a economia reverter seus indicadores “ A situação econômica
não vai melhorar de uma hora para a outra, mas a previsibilidade, a
confiança, as pessoas voltarem a planejar, isso só vai voltar a
acontecer com a melhoria do ambiente político”, rebateu.Do JC
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