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O Estado de Pernambuco multiplicou a
atenção em relação à difteria, doença infectocontagiosa prevenida
exclusivamente pela vacinação e causada por bactéria que se aloja nas
amídalas, faringe, laringe e nariz. O alerta veio à tona depois que o
estudante Paulo Sigernando da Silva, 14 anos, morreu na madrugada do
sábado (5) em Salgueiro, Sertão pernambucano, com sintomas de difteria,
que já acometeu quatro pessoas só este ano no município de Chã Grande,
no Agreste, após o Estado passar por vários anos com registros de casos
esporádicos. Os irmãos gêmeos do rapaz, Cosme e Damião Sigernando da
Silva, 19, estão internados desde sábado no Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, com
sintomas brandos da doença.
Na manhã desta quarta-feira (9), o
médico infectologista Demétrius Montenegro, do Huoc, informou que há
ainda um paciente com sintomas de difteria internado no Real Hospital
Português, área central do Recife. Com isso, sobe para quatro o número
de casos suspeitos da doença no Estado, além dos outros quatro casos já
confirmados em Chã Grande.
“Estamos fazendo um trabalho de
investigação em Salgueiro, assim como em Chã Grande. Equipes de saúde
estão indo às residências para ver quem são as pessoas com suspeita de
difteria”, informa a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis
da Secretaria Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Antunes. Ela
acrescenta que, para aquelas que tiveram contato próximo com indivíduos
que apresentam sintomas da doença, será analisada a necessidade de
vacinação, como também de coleta de secreção do nariz e da garganta. “Em
alguns casos, precisaremos prescrever antibióticos, que devem ser
indicados aos pais dos gêmeos internados e dos irmãos que estão em
Salgueiro.”
Esse cenário de incidência da difteria
faz Ana Antunes chamar a atenção da população para a importância da
imunização. “O esquema vacinal para a doença deve ser respeitado por
todas as faixas etárias, inclusive os adultos, que não devem se esquecer
de tomar a dose de reforço a cada 10 anos.”
A infectologista do Huoc Polyana
Monteiro, da equipe médica que acompanha os gêmeos, informa que os
jovens estão em tratamento com antibiótico na ala do isolamento do
hospital. “Eles estão bem, sem febre e sem sinal de gravidade. Os exames
foram coletados no fim de semana e solicitamos prioridade para o
resultado. Em breve, faremos a confirmação, ou não, da suspeita da
difteria”, diz Polyana.
COMPANHIA
O pai dos jovens, o agricultor
Sigernando de Souza, 46, acompanha os filhos no hospital, ao lado da
esposa, a dona de casa Antônia dos Santos Silva, 48. Chegou à unidade de
saúde no domingo (6), após o enterro do filho. Na ocasião, Antônia já
estava no Huoc com Cosme e Damião. “Fiquei muito abalado, nem soube como
dar a notícia a ela. Foram as médicas que me ajudaram e falaram da
morte.” Ele diz que os filhos começaram a se queixar de dor de garganta e
febre dia 29 de agosto.
Em poucos dias, a situação de Paulo só
fez se agravar, com piora do quadro respiratório. Ele seria transferido
para o Oswaldo Cruz no dia 5, em ambulância aérea, mas teve falência
múltipla dos órgãos e veio a óbito. “É muito triste ver um filho
esforçado e estudioso morrer tão cedo. Meus outros dois filhos estão
sendo bem atendidos e espero que fiquem bem”, observa Sigernando. Do JC
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