Do JC Online
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Foi bem longe de ser em
grande estilo, mas na situação o mais importante era vencer. E o Sport
venceu e encerrou os dez jogos de jejum no Brasileirão 2015 ao fazer 1×0
no Fluminense. Pelo andar da partida podemos afirmar com convicção que o
gol de Danilo aos 17 do primeiro tempo foi o único sopro de inspiração
em toda partida. O jogo foi tão arrastado que até o árbitro Heber
Roberto Lopes não estava muito a fim dando apenas dois minutos de
acréscimo no segundo tempo. O time da Ilha subiu para a 10ª posição com
36 pontos.
Quem pedia mudança teve. O técnico
Eduardo Baptista resolveu usar seus dois centroavantes e reduzir a
popularidade do meio de campo. Wendel saiu e André ganhou a companhia de
Hernane Brocador. A sincronia do time funcionava da seguinte maneira:
quando a bola vinha da defesa Marlone saída da ponta para judar na
criação e André caía pela esquerda. Só que o Flu ficou todo no campo
defensivo e o Sport com pouca mobilidade. A bola ficava de um lado para o
outro. Lento e fácil de ser marcado, o time pernambucano parecia jogar
em câmera lenta.
Do outro lado o Fluminense ficava pronto
para sair na velocidade com Marcos Júnior e Gerson. E logo aos seis
minutos poderia ter mudado completamente a história do jogo se o árbitro
Heber Roberto Lopes fosse mais rigoroso. Gerson partiu para o gol e
Durval entrou de carrinho. Ficou só no amarelo. Os rubro-negros só
conseguiram mudar a rotação aos 17 minutos. E foram letais. Marlone
acionou André pelo lado esquerdo da área. O camisa 90 tocou de calcanhar
e Danilo soltou uma bomba de três dedos, sem chance para Cavalieri. Não
deixou de ser irônico. Um dos jogadores menos populares com o torcedor
tirou o time da pasmaceira com um belo gol.
Como foi escrito aí em cima, o panorama
mudou. Os laterais do Sport adiantaram um pouco. Os dois lados do campo
ficaram bloqueados na altura do meio de campo. Bingo. O Sport tomou
conta do jogo e, ainda que não repetisse a jogada rápida do gol, manteve
o adversário longe de pressionar. Só naquela agonia habitual de final
de etapa o Fluminense arriscou-se um pouco mais, porém apenas levantando
a bola na área.
Na volta para o segundo tempo, o técnico
Eduardo Baptista repetiu novamente um posicionamento que até hoje não
deu certo: Regis na ponta direita no lugar de Maikon Leite. O que pode
ser apontado como positivo foi a marcação do time rubro-negro. Bem mais
adiantado, sufocou a saída de bola do Fluminense, que naturalmente iria
se atirar para buscar o empate.
Numa dessas apertadas, aos nove minutos,
André puxou o contra-ataque e serviu Diego Souza. Na hora do chute ele
foi bloqueado por Jean. O time carioca só começou a ganhar um pouco mais
de espaço a partir dos 20 minutos. Estava na hora de mais um volante e
Eduardo acionou Wendel no lugar de André. Para corrigir o posicionamento
de Regis, Élber entrou no lugar de André e deslocou o camisa 10 para o
meio de campo.
A essa altura a partida caminhava a
passos de tartaruga. Ruim para quem assiste mas ótimo para quem está
ganhando. A bola passava de um campo para o outro mais pelo alto do que
por baixo. Estava mais para vôlei do que futebol: o Fluminense cruzava e
o Sport tentava engatar o ataque na ligação direta. Some-se a isso a
incrível disposição de Heber Roberto Lopes em amarrar o jogo. Cada
cobrança de falta durava no mínimo um minuto para todo ritual de
contagem dos passos, marcação do local da barreira e evitar o agarrado
entre atacantes e defensores na área – sempre do Sport. A cereja no bolo
da ojeriza do juiz pela partida foi dar apenas dois minutos de
acréscimo no segundo tempo.
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