terça-feira, 13 de outubro de 2015

E LÁ SE VAI MAIS UMA VIDA: FIO CAIU SOBRE A CABEÇA DO IDOSO, E A CULPA É DE QUEM?

Foto: Ashlley Melo/JC ImagemChoques elétricos em via pública viraram rotina. E não há punição aos responsáveis. Crédito: Ashlley Melo/JC Imagem
Ashlley Melo/JC Imagem
As tragédias se repetem. Andar pelas ruas na Região Metropolitana do Recife é cada vez mais perigoso. Não só pela violência que cresce mês a mês. Os fios de alta tensão estão por toda a parte. A ameaça de ser vítima de choque elétrico é constante.
Nessa segunda-feira, o aposentado José Luiz Francisco Xavier, 67 anos, caminhava pela rua quando um fio caiu e o atingiu. Morreu na hora. Na frente do neto, que iria comemorar o Dia das Crianças. O caso aconteceu em Jaboatão Velho, mas poderia ser em qualquer outro município da RMR.
Recentemente, um jovem morreu na calçada da Avenida Cruz Cabugá, na área central do Recife. Outro homem foi vítima de choque elétrico no Bairro do Recife – um dos principais pontos turísticos da capital pernambucana.
E quem foi responsabilizado até agora pela falta de manutenção da fiação elétrica?
Antes, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) costumava atribuir as mortes por choques elétricos às gambiarras, os famosos “macacos” que eram feitos nas comunidades periféricas. Mas hoje o que se vê são pessoas que caminham pelas ruas e se surpreendem com fios elétricos que caem sobre seus rostos. Morrem na mesma hora.
Em todos os recentes casos de mortes por choques elétricos em vias públicas a Polícia Civil de Pernambuco disse ter aberto inquéritos para investigar. Mas quantos foram concluídos? Quem foi punido? Os casos se arrastam. Nenhuma resposta é dada à população.
E os órgãos fiscalizadores? A Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) precisa ser mais ativa. Cobrar providências e punir com rigor as irregularidades. O cidadão está pagando um preço altíssimo nas contas de luz e uma taxa de impostos elevada. O Estado tem a obrigação de garantir a segurança das pessoas.
O Ministério Público de Pernambuco, como órgão fiscalizador e representante da sociedade, também precisa exigir as manutenções regulares. Solicitar planilhas atualizadas do que a Celpe está fazendo com a rede elétrica.
Em nota oficial, a Celpe lamentou a morte do aposentado em Jaboatão Velho e disse que ia apurar as causas. É o mínimo. Mas é preciso também apresentar essas respostas à população.
É preciso deixar claro de quem é a culpa por esta e tantas outras mortes que, com frequência, chegam ao nosso conhecimento. E mais: de quem, de fato, é a responsabilidade pelos fios caídos. Ou é o cidadão que está errado em andar pelas calçadas? Do JC

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