As tragédias se repetem. Andar pelas ruas na Região Metropolitana do
Recife é cada vez mais perigoso. Não só pela violência que cresce mês a
mês. Os fios de alta tensão estão por toda a parte. A ameaça de ser
vítima de choque elétrico é constante.
Nessa segunda-feira, o aposentado José Luiz Francisco Xavier,
67 anos, caminhava pela rua quando um fio caiu e o atingiu. Morreu na
hora. Na frente do neto, que iria comemorar o Dia das Crianças. O caso
aconteceu em Jaboatão Velho, mas poderia ser em qualquer outro município
da RMR.
Recentemente, um jovem morreu na calçada da Avenida Cruz Cabugá, na
área central do Recife. Outro homem foi vítima de choque elétrico no
Bairro do Recife – um dos principais pontos turísticos da capital
pernambucana.
E quem foi responsabilizado até agora pela falta de manutenção da fiação elétrica?
Antes, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) costumava
atribuir as mortes por choques elétricos às gambiarras, os famosos
“macacos” que eram feitos nas comunidades periféricas. Mas hoje o que se
vê são pessoas que caminham pelas ruas e se surpreendem com fios
elétricos que caem sobre seus rostos. Morrem na mesma hora.
Em todos os recentes casos de mortes por choques elétricos em vias
públicas a Polícia Civil de Pernambuco disse ter aberto inquéritos para
investigar. Mas quantos foram concluídos? Quem foi punido? Os casos se
arrastam. Nenhuma resposta é dada à população.
E os órgãos fiscalizadores? A Agência de Regulação de Pernambuco
(Arpe) precisa ser mais ativa. Cobrar providências e punir com rigor as
irregularidades. O cidadão está pagando um preço altíssimo nas contas de
luz e uma taxa de impostos elevada. O Estado tem a obrigação de
garantir a segurança das pessoas.
O Ministério Público de Pernambuco, como órgão fiscalizador e
representante da sociedade, também precisa exigir as manutenções
regulares. Solicitar planilhas atualizadas do que a Celpe está fazendo
com a rede elétrica.
Em nota oficial, a Celpe lamentou a morte do aposentado em Jaboatão
Velho e disse que ia apurar as causas. É o mínimo. Mas é preciso também
apresentar essas respostas à população.
É preciso deixar claro de quem é a culpa por esta e tantas outras
mortes que, com frequência, chegam ao nosso conhecimento. E mais: de
quem, de fato, é a responsabilidade pelos fios caídos. Ou é o cidadão
que está errado em andar pelas calçadas? Do JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário