Responsável por elucidar alguns dos principais
assassinatos registrados em Pernambuco nos últimos cinco anos, Gleide
Ângelo foi promovida ao cargo de delegada especial. O reconhecimento
da Secretaria de Defesa Social (SDS) foi concedido pelo importante
trabalho exercido pela profissional no combate à violência. Atualmente,
Gleide é a titular da 9ª Delegacia de Homicídios em Olinda.
“Hoje, tive a notícia que cheguei ao cargo de delegado nível
especial. É muito gratificante saber que estou conseguindo chegar ao
final da carreira de delegado com dignidade. Muito me honra trilhar essa
carreira e saber que daqui a quatro anos estou saindo com a consciência
do dever cumprido”, declarou a profissional, em sua página pessoal no
Facebook.
Atualmente, Gleide assina a coluna semanal “A mulher e a Lei”, no portal NE10, onde aborda a questão da segurança para o público feminino.
O Ronda JC relembra cinco casos de repercussão em que a atuação de Gleide Ângelo foi fundamental para solucioná-los:
1 – Caso Jennifer
A turista alemã Jennifer Kloker,
22 anos, foi assassinada a tiros em 16 de fevereiro de 2010, às margens
da BR-408, em São Lourenço da Mata. Inicialmente, os sogros e o marido
afirmaram à polícia que se tratava de um latrocínio (assalto seguido de
morte). Na versão dos parentes, que vieram ao Recife passar o Carnaval,
bandidos roubaram o carro locado por eles e levaram Jennifer, encontrada
morta no dia seguinte. Mas o GPS do carro apontou um itinerário
completamente diferente daquele informado pela família, o que levantou
suspeitas dos delegados Gleide Ângelo e Alfredo Jorge. A primeira prova,
revelada com exclusividade pelo Jornal do Commercio,
revelou o plano do assassinato da alemã. A sogra, Delma Freire, foi
apontada como mentora do crime, que ainda teve a participação do sogro
da vítima, Ferdinando Tonelli, e do marido, Pablo Tonelli. A motivação
do homicídio foi um seguro de vida avaliado em R$ 2 milhões em nome da
vítima. Todos foram condenados pela Justiça.
2 – Caso Lucas Kauã
Em 4 de setembro de 2010, Lucas Kauã, de oito anos, foi sequestrado
por um taxista após entrar no carro dele com a promessa de ganhar uma
bicicleta. O caso aconteceu na comunidade do Coque, na Ilha de Joana
Bezerra, área central do Recife. O menino havia sido visto pela última
vez na Estação de Metrô Joana Bezerra. A família, em desespero, pediu
apoio à Secretaria de Defesa Social, que designou a delegada Gleide
Ângelo para assumir as investigações. Após 53 dias de sofrimento dos
pais, o garoto foi encontrado em Goiana, na Mata Norte, depois de o
acusado do sequestro entregá-lo a um caminhoneiro. Segundo a polícia,
cinco dias após a criança ser levada, ela passou a morar em Cabedelo, na
Paraíba, onde era forçada a trabalhar como catadora de lixo.
3 – Caso Élio Meneses
Chefe do Departamento de Eletrônica e Sistemas da UFPE, o professor
Élio Meneses Pacheco, de 47 anos, foi encontrado morto no bairro da
Muribeca, Jaboatão dos Guararapes, em março de 2011. Havia uma marca de
tiro na cabeça. Somente nove dias depois, após denúncias de que o
professor estava desaparecido, o corpo identificado pela polícia no
Instituto de Medicina Legal (IML). E, poucos dias Gleide Ângelo
conseguiu desvendar o mistério daquela morte. O piscineiro Mário Pereira
dos Santos foi preso após denúncias anônimas. Segundo a polícia, o
professor conheceu o suspeito porque estava procurando uma casa com
piscina para comprar no bairro do Cordeiro. Élio foi morto durante um
dos encontros e os suspeitos foram até o apartamento dele, onde roubaram
a mala e vários pertences. Um adolescente também participou do crime.
4 – Caso Lucas Fortuna
O jornalista alagoano Lucas Cardoso Fortuna, 28 anos, foi encontrado
morto na Praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho, em novembro de
2012. A vítima veio a Pernambuco para participar de uma competição de
vôlei como árbitro. Inicialmente, a polícia acreditava que se tratava de
um crime de homofobia, pois o jornalista era homossexual. Ao longo das
investigações, foi descoberto que suspeitos atraíram o jovem para um
local de pouca movimentação, onde ele foi assaltado e morto em seguida.
Os suspeitos Felipe Maurício da Silva Livino e Leonardo Manoel da Silva
foram presos pelo crime. Ambos foram condenados pela Justiça neste ano.
5 – Caso Maria Alice
A estudante Maria Alice de Arruda Seabra, 19 anos, foi sequestrada e
morta pelo padrasto, o mestre de obras Gildo da Silva Xavier, 34 anos,
em junho deste ano. Segundo o inquérito policial, o assassinato foi
premeditado e provocado por ciúmes e pelo desejo que o acusado tinha
pela jovem, com quem conviveu por cerca de 15 anos. O sequestro
aconteceu em 19 de junho, quando ele disse que iria levar a jovem para
uma entrevista de emprego em Gravatá, no Agreste pernambucano. Cinco
dias depois, a vítima foi encontrada morta em um canavial em Itapissuma.
Uma das mãos estava decepada. Gildo Xavier foi denunciado por homicídio
triplamente qualificado (motivo torpe, sem chance de defesa e
feminicídio), sequestro qualificado (para fins sexuais), estupro e
ocultação de cadáver. Jornal do Comercio
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