sábado, 30 de janeiro de 2016

Fenômeno meteorológico é a explicação para as fortes chuvas na RMR, diz especialista

Ventos chegaram a 80 km/h na capital pernambucana, causando muitos estragos / Foto: Guga Matos/ JC Imagem

As fortes chuvas que pegaram de surpresa a população da Região Metropolitana do Recife é resultado de um fenômeno atmosférico intensificado pelo El Niño, segundo o doutor em Meteorologia Roberto Pereira, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), em entrevista ao portal NE10. O fenômeno, chamado de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), atingiu em cheio o estado de Pernambuco, causando trovoadas, chuvas fortes e rajadas de vento que ultrapassam os 50 km/h. A chuva de granizo registrado no Agreste também pode ter sido causado por isso.
“O Estado está no que chamamos de borda do VCAN, o que significa que teremos chuvas até o domingo (31). Porém, a intensidade vai diminuindo. Os períodos da noite serão os mais chuvosos”, garantiu o especialista. “A incidência dos raios acontece na formação desse sistema, mas se tornam mais raros durante seu desenrolar”, completou Pereira.

Segundo a Apac, o município de Olinda foi a que registrou o maior acúmulo de precipitação, com 71 mm. Recife teve 51mm. Ainda de acordo com a Apac, é considerado estado de alerta quando passa dos 40mm de chuva.
Roberto Pereira explicou que o VCAN que deixou o caos no Grande Recife é um fenômeno ligado ao início das chuvas no Sertão. No entanto, em anos em que o El Niño está mais forte, fica mais perceptível e comum nos meses de janeiro. "A última vez que tivemos um El Niño tão forte foi em 1998", lembra.

Ainda de acordo com ele, o sistema VCAN gera uma nuvem que pode alcançar 12 km de altura - sendo mais alto, portanto, que o nível de tráfego dos aviões. O que pode ser um perigo. “Os aviões são equipados com instrumentos que detectam essas situações e os pilotos evitam passar perto delas por causa da turbulência que causa. Além disso, tentar atravessa uma nuvem dessas é suicídio”, pondera Roberto Pereira.

Mesmo com a Apac emitindo alerta de chuvas durante as próximas 24 horas, o fenômeno climático trouxe grandes prejuízos ao Recife e até uma morte.
Um ciclista morreu na tarde de sexta-feira (29) depois de ser atingido por uma árvore de grande porte que caiu na Avenida Rosa e Silva, no Espinheiro, Zona Norte do Recife.


Além disso, as chuvas e os ventos fortes deixaram o trânsito muito complicado durante as primeiras horas da noite na Região Metropolitana do Recife. Através das redes sociais, vários usuários relataram quedas de árvores, que foram registradas na Avenida Agamenon Magalhães, Rosarinho, Imbiribeira, entre outros pontos.
Vários bairros do Recife ficaram sem energia. Relatos que os bairros do Pina, Rosarinho, da Várzea, Caxangá, Madalena, Imbiribeira, Várzea, dos Aflitos, Dois Unidos e das Graças tiveram o fornecimento de energia interrompido. De acordo com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). o número de profissionais foi reforçado e está de prontidão para qualquer emergência.
Usuários relatam ainda que alguns telhados não suportaram a força dos ventos e voaram, provocando destruição de carros.Do JC

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