Uma
onça parda é apontada como autora de ataques a um rebanho de bodes e a
dois bezerros em sítios da Zona Rural do município de São José de
Piranhas, no Sertão paraibano, a 477 km de João Pessoa.
De
acordo com a agricultora Juliana Amaro, o ataque mais recente da onça
teria ocorrido no início de janeiro, quando o animal matou dois
bezerros.
“Os dois bezerros eram criados pelo meu esposo no nosso
sítio e ele acha que o ataque aconteceu durante a noite do dia 3 [de
janeiro], já que ao dia os animais estavam bem. No dia 4 meu esposo foi
soltar os animais no pasto, mas os bezerros não estavam no sítio. Meu
esposo procurou por eles nas redondezas e os encontrou mortos, um com a
cabeça arrancada e outro com a barriga com marcas de mordida”, contou a
agricultora.
Ainda segundo Juliana Amaro, outro produtor relatou
que teve parte do rebanho de bodes morto pela onça, que teria sido vista
em um dos sítios.
“Um amigo do meu esposo teve os bodes mortos.
Ele nos contou que durante a noite ouvia o latido dos cachorros e quando
foi verificar o que estava acontecendo, viu a onça andando pelo sítio,
indo em direção ao local onde ficam os bodes”, disse Juliana.
A Polícia Militar em São José de Piranhas informou ao Portal Correio
que nenhum agricultor havia procurado a polícia, até o fechamento desta
matéria, para registrar ocorrências de ataques. O Batalhão Ambiental da
PM em João Pessoa também disse que desconhece os casos.
Biólogo confirma que há onças na Paraíba
De
acordo com o biólogo Hugo Fernandes Ferreira, a onça parda, que também é
conhecida como onça vermelha, onça bodeira ou suçuarana, é a única
espécie de onça que vive no Sertão da Paraíba.
“Ela já foi
abundante, mas hoje é uma espécie ameaçada de extinção no Brasil e
principalmente na Caatinga por conta da caça, tanto dela, como de suas
presas. O ataque [aos bodes e bezerros] acontece justamente porque a
população local caça as presas dela exageradamente. O ataque da onça,
geralmente, é caracterizado pela mordida no pescoço de outros animais”,
afirmou Hugo Fernandes.
Ainda segundo o biólogo, a onça parda
deixa padrões de ataque que devem ser percebidos pelos donos dos animais
que estejam sendo mortos.
“A solução para os agricultores é
tentar confinar ao máximo a criação em cercados e dificultar a
aproximação do animal. Por cães de guarda ou vigílias noturnas com fogos
de artifício para assustar a onça podem ser ações efetivas. O que não
pode ser feito, de maneira alguma, é matar a onça. Isso é crime
ambiental federal, sujeito a multa e prisão”, concluiu Hugo Fernandes.Correio da PB
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