"As coisas vão piorar antes de melhorar", disse Chan no Rio de Janeiro, ao terminar sua missão no Brasil, epicentro mundial do surto de zika, cujo vínculo com a microcefalia levou a OMS a declarar um alerta sanitário mundial.
Chan disse que parte do desafio de combater o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti se deve ao fato de ser tão "misterioso". Nem sequer o vínculo com a microcefalia está provado com certeza.
"Estamos lidando com um vírus traiçoeiro, cheio de incertezas, então devemos estar preparados para surpresas", afirmou.
Chan parabenizou os esforços do governo brasileiro para enfrentar o mosquito vetor do vírus e sua coordenação com várias entidades internacionais, inclusive com a OMS e o movimento olímpico internacional antes das Olimpíadas do Rio, que começam em 5 de agosto.
O Brasil é o epicentro de um surto de zika e as autoridades acreditam que 1,5 milhões de pessoas contraíram a doença no país nos últimos meses.
O governo brasileiro também registrou uma alta recorde de nascimentos de bebês com microcefalia, uma doença congênita que impede o crescimento normal da cabeça dos bebês e afeta o desenvolvimento cerebral, e suspeita que deve-se ao fato de suas mães terem contraído zika durante a gestação.
O Brasil informou na terça-feira que os casos confirmados de microcefalia desde outubro subiram para 583, contra uma média anual de 150.
O número é 14,7% superior ao informado na semana passada, e as autoridades pesquisam outros 4.107 casos possíveis de microcefalia.
Estima-se que 120 bebês tenham morrido devido à má-formação, segundo o ministério.
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