A cada mês, sete pessoas são vítimas
de estupro no estado da Paraíba. Esse é o índice apontado pela
Organização Não Governamental (ONG) Centro da Mulher 8 de Março de João
Pessoa, que acompanha mulheres vítimas de violência com auxílios,
serviços e campanhas de proteção. Conforme dados coletatados pela ONG,
entre o início de 2010 e mês de novembro de 2015, foram registrados 556
estupros em todo o Estado. Deste total, segundo a ONG, 65,4% aconteceram
contra criança e adolescentes.
De acordo com a coordenação do Centro,
apesar dos números registrados já serem preocupantes, o número real de
estupros é ainda maior, pois nem todas as vítimas procuram a polícia
após os crimes. O levantamento feito pela ONG mostra que nestes seis
anos, foram estupradas 189 mulheres adultas, 168 adolescentes de 13 a 17
anos e 199 crianças de até 12 anos. O G1 solicitou os dados registrados
pela Secretaria de Segurança do Estado da Paraíba (Sedes), mas, até o
fechamento desta reportagem, a demanda não foi respondida.
Ainda segundo a ONG, em 2010 foram
registrados 130 estupros, em 2011 ocorreram 104, em 2012 foram 108, em
2013 mais 98, no ano de 2014 ocorreram 71 casos e nos 11 primeiros meses
de 2015 mais 45. Mesmo com a redução dos números aos longo dos, a
coordenadora do Centro 8 de Março, Irene Marinheiro, acredita que os
crimes podem estar voltando a ocorrer de maneira silenciosa, o que ser
torna mais perigoso para as vítimas, além de dificultar o trabalho de
combate.
“O fato dos números terem reduzido não
quer dizer que as mulheres estão deixando de ser violentadas, mas sim
que os casos não estão sendo registrados. Muitas vezes as vítimas passam
anos sofrendo os abusos e não denunciam por serem ameaças e pelo medo
do preconceito que infelizmente ainda existe contra pessoas que sofrem
abuso”, explica a coordenadora. Segundo o Centro 8 de Março, 70% dos
casos de estupros são praticados por pessoas da família, sendo pais,
padastros, irmãos, primos, além de amigos próximos da família.
Um caso recente que reforça a informação
do Centro 8 de Março foi denunciado em novembro do ano passado, quando
um homem de 66 anos foi preso suspeito de estuprar a enteada de nove
anos em Campina Grande. Em depoimento, à polícia, a criança contou que
os abusos ocorriam desde o mês de dezembro de 2014.
Ainda no Sertão da Paraíba, dois homens,
de 19 e 26 anos, foram presos suspeitos de terem invadido a casa de uma
idosa de 80 anos, roubarem, estuprarem a vítima e depois matá-la, na
cidade de Patos, no Sertão paraibano. O crime aconteceu no último dia 17
de janeiro e a dupla foi presa no dia 25 do mesmo mês, por força de
manado de prisão preventiva. Os dois homens assumiram a autoria do crime
no momento da prisão, segundo informou a Polícia Civil.
Pais devem observar comportamento de filhos, diz ONG
Os dados apresentados pelo Centro 8 de Março mostram que maior parte dos casos de estupros ocorrem contra crianças e adolescentes. Em muito casos as vítimas chegam a passar anos sofrendo o abuso em silêncio, de acordo com a ONG. A coordenadora Irene Marinheiro disse que os pais e até professores devem ficar atentos aos comportamentos das crianças e adolescentes e suspeitar quando elas apresentarem comportamento diferentes.
Os dados apresentados pelo Centro 8 de Março mostram que maior parte dos casos de estupros ocorrem contra crianças e adolescentes. Em muito casos as vítimas chegam a passar anos sofrendo o abuso em silêncio, de acordo com a ONG. A coordenadora Irene Marinheiro disse que os pais e até professores devem ficar atentos aos comportamentos das crianças e adolescentes e suspeitar quando elas apresentarem comportamento diferentes.
“Quando uma criança ou adolescente sofre
abusos, o comportamento dela muda imediatamente. É preciso que os pais
sempre fiquem atentos e desconfiem de comportamentos estranhos. Não há
uma mudança específica, ela pode ficar agressiva com outras crianças, se
isolar, ficam muito calada, com medo, pavor nos olhos. Em casos de
crianças mais novas é interessante ter atenção com os desenhos que elas
fazem, pois, geralmente essa é ferramenta de expressão mais usada por
elas”, frisa Irene.
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