Profundo
analista do cenário nacional, o deputado federal Jarbas Vasconcelos
(PMDB) avalia que o PMDB deve desembarcar do governo Dilma após a
reunião do partido, marcada para dia 29 deste mês. Em entrevista nesta
quarta-feira (23)
o parlamentar opina que a situação de Dilma deve se resolver, por meio
do impeachment, nos próximos 10 ou 15 dias. Ele também argumenta que é
legítimo o movimento do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que começar
a ensaiar os passos para assumir o Planalto.
"A decisão do partido de deixar ou não o
governo está mantida para o dia 29. Então, na próxima terça feira, às
15h, o partido se reúne para isso. Não tenho dúvida de que será aprovada
a saída do governo, isso desestrutura mais ainda uma coisa que já está
desestruturada", afirmou. O pernambucano encontrou-se nessa terça-feira
(22) com o presidente da Fundação Ulisses Guimarães, Moreira Franco.
Jarbas defende que Temer comece a delinear o processo sucessório e prega um governo de coalizão, inclusive com nomes do PT.
"A gente tem que agilizar e procurar os
bons. Ele tem uma travessia longa e penosa, o País está esculhambado.
então não é fácil. É preciso uma coalizão mais ampla possível e com
pessoas boas. Ele não pode fazer governo só do PMDB. É necessário
governo representativo e que possa expressar sentimento da maioria. Até o
PT, ele tem que procurar, mesmo que o partido não aceite", afirmou.
Por ora, a avaliação é que há maioria
para aprovar o rompimento com o governo. Até o momento, 14 diretórios
estaduais já sinalizaram que são a favor do rompimento: Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo,
Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Rondônia, Roraima,
Tocantins, Paraíba e Acre.
Enquanto isso, o ex-presidente Lula
assumiu a articulação política e já se encontrou com o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente José Sarney, que tem
atuado para manter a aliança com o governo.
"O impeachment vai correr com
tranquilidade. Se passar na Câmara, que eu acho que passa, chega como
rolo compressor no Senado. Renan vai se ajustar, porque ele pode ser
tudo, menos burro", cravou o deputado.Do JC
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