Garota foi morta com 42 facadas
Do JC Online
O perito – que também é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) – chegou a enviar ofício à sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Petrolina, no início de março, oferecendo ajuda, segundo ele “sem custos” às autoridades locais. No próximo dia 10, completam-se quatro meses do homicídio, que segue sem solução.
Por telefone, de Maceió, Sanguinetti afirma que o caso Beatriz lhe tira o sono. “É um crime complexo e que só vai ser solucionado com um trabalho eficiente da perícia técnica”, afirma, acrescentando que confia na competência da polícia de Pernambuco.
O professor teve acesso a 12 fotos da cena do crime, o depósito de materiais esportivos do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, e se mostrou intrigado com o que viu. “Havia manchas de sangue compatíveis com pegadas. Não se sabe se eram de sapatos, sandálias, que tipo de material ou o tamanho do pé”. Ainda de acordo com Sanguinetti, a mão direita de Beatriz apresentava um ângulo de noventa graus com relação ao antebraço. Ele questiona se foi resultado de pancadas ou da disposição do corpo após o homicídio.
Para o perito, a tese de que Beatriz possa ter sido morta em um ritual de magia negra é carta praticamente fora do baralho. “Nesse tipo de crime há uma preocupação dos assassinos em recolher o sangue da vítima, então o corte é realizado na região da artéria carótida”, diz. Beatriz apresentava ferimentos localizados, em sua maioria, na região do abdômen.
O professor da UFAL não crê na tese de que várias pessoas teriam se juntado para premeditar o assassinato. Também discorda da eficácia de medidas como a divulgação do retrato falado do suspeito. “As pessoas se parecem umas com as outras”, alega. Ainda sem receber respostas das autoridades pernambucanas, Sanguinetti segue acompanhando o caso à distância.
A assessoria de Comunicação do Ministério Público de Pernambuco afirma que só poderá se pronunciar sobre o caso quando o inquérito for concluído e remetido à instituição. A Polícia Civil de Pernambuco alega que só dará declarações sobre o assassinato no dia apresentação do inquérito.
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