O
fim do período chuvoso no Sertão paraibano e o início das chuvas mais
intensas na região do Litoral deixam transparecer realidades distintas
no estado. No Sertão, o fim do período de chuvas não foi sinônimo de
mananciais recarregados, mas de agravamento da situação hídrica em
muitos deles. Já no Litoral, as chuvas, mesmo fora de época, deixaram
açudes cheios. Ao todo, o estado tem 81 dos 125 mananciais em situação
de alerta, com menos de 20% da capacidade, ou crítica, abaixo dos 5% de
volume.
No
Sertão, a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa)
considerou as chuvas como dentro da média prevista para o período, mas a
situação de três dos quatro maiores reservatórios da região é crítica.
Com
capacidade para armazenar 591 milhões de metros cúbicos (m³), o açude
de Coremas está com apenas 8,8% do volume; o açude de Mãe D’Água, que
tem capacidade para 567,9 milhões de m³, está com apenas 13,9%; e
Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras, tem capacidade para 255 milhões de m³,
mas registra apenas 8% do volume, segundo dados da Aesa.
Outros
mananciais menores como o Arrojado (1,8%), em Uiraúna; Bastiana (0%), em
Teixeira; Cachoeira dos Alves (0,2%), em Itaporanga; Caraibeiras (0%),
em Picuí; Carneiro (0%), em Jericó; Engenheiro Arcoverde (3,2%), em
Condado; Escondido (0%), em Belém do Brejo do Cruz; e Mucutu (3,2%), em
Juazeirinho são exemplos de açudes secos ou a beira do colapso.
Outro
açude que também vive situação complicada é o de Boqueirão, em Campina
Grande. Segundo a Aesa, o manancial, que tem capacidade para 411,6
milhões de m³ tem atualmente apenas 9,7% de volume. Com isso, a cidade
deverá passar por um novo modelo de racionamento nos próximos meses.
“O
período mais chuvoso no Sertão começou em fevereiro e termina agora em
maio. As chuvas foram dentro da média esperada prevista pela Aesa, mas
alguns locais registraram mais chuvas e outros nem tanto. O fim do
período chuvoso não quer dizer que não vá chover em outros meses”,
contou a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira.
Litoral tem açudes recarregados
No
Litoral a situação das chuvas é considerada melhor. O período chuvoso,
que começou em abril e vai até julho, também é analisado como dentro da
média pela Aesa, mas os mananciais conseguiram receber mais água.
Na
Grande João Pessoa os açudes de Marés e Gramame/mamuaba já registraram
sangramento. Marés sangrou em abril, mas atualmente tem 1,6 milhões de
m³, ou 76% do volume, o que representa uma perda de quase 25% em um mês.
Já
Gramame/Mamuaba continua sangrando. O açude é o principal responsável
pelo abastecimento de boa parte da Grande João Pessoa e se encontra com
56,9 milhões de m³.
“O Litoral também está com chuvas dentro da
média para o período, embora tenhamos registrado boa quantidade de
chuvas na Grande João Pessoa desde abril. A expectativa é de um bom
período de chuvas até julho e que outras ocorrências possam ser
registradas no decorrer do ano”, disse Marle Bandeira.
Chuvas pelo estado
Ainda
segundo dados da Aesa, do início do ano até esta semana, João Pessoa
acumula 740 mm de chuvas; Coremas acumula 483 mm; Mãe D’Água acumula
372,3 mm; Sousa registrou 523 mm de chuva; e Cajazeiras teve 755 mm. Já a
região do açude de Boqueirão registrou apenas 103 mm de chuva em 2016.Correio da PB
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