Foto: Divulgação/Polícia Civil
JC Online
O pastor Edson Alberto Queiroz da Silva, preso nesta quarta-feira (16), trancava as integrantes do projeto de acolhimento para dependentes químicos dentro de um “quarto do castigo” com duas cobras, na tentativa de torturá-las por indisciplina. Uma delas passou três dias em cárcere privado sem alimentação. Esse e outros hábitos foram relatados pela delegada Natasha Dolci, titular da delegacia do Cabo de Santo Agostinho, onde as nove mulheres e três adolescentes denunciaram o religioso, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
A delegada também contou que Eddy de Jesus, como é conhecido, espancava as mulheres com mangueira, esfregava roupas íntimas nos rostos delas, e, em algumas situações, as algemava. Apesar da “fala mansa e do jeito amoroso”, detalhes destacados pela delegada, o depoimento das doze vítimas relatam o mesmo hábito do pastor, que, segundo elas, mudava de perfil quando as mães saíam do local.
“Foi necessária a prisão preventiva por conta do medo que ele causa às testemunhas, devido à influência que exerce sobre outros religiosos que o apoiam. Isso poderia causar a coação de testemunhas ou até destruição de provas”, disse Natasha Dolci.
O juiz da 2º Vara Criminal autorizou a prisão por 30 dias, após colher relatos de agressão psicológica, física e constantes ameaças.
Ambiente insalubre
Informações divulgadas pela polícia, contam quem o abrigo funcionava em um sítio, composto por quatro casas. Apenas uma delas tinha o ambiente limpo e de possível vivência. “As outras casas têm um ambiente totalmente insalubre, sem guarda-roupas, todos os pertences das garotas misturados”, lamenta a delegada.
Em perícia na casa, agentes identificaram que no quarto onde elas dormiam não havia maçaneta. O pastor chegou a confessar à polícia que trancava as portas pelo lado de fora e só abria no dia seguinte, por volta das 5h.
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