Sozinhos, sujos e famintos, três irmãos são resgatados de casa em Olinda

Divulgação/Conselho Tutelar

JC Online

Sozinhos, sujos e famintos, três irmãos com idades entre cinco meses e 11 anos foram resgatados nesta quarta-feira (26) da casa onde moravam com a mãe, no bairro de Águas Compridas, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A retirada das crianças, de acordo com o conselheiro tutelar de Peixinhos Eurico Guedes, aconteceu após uma denúncia anônima, provavelmente, feita por vizinhos da família.

“Fizeram uma denúncia ao Conselho Tutelar e ao 190. A Polícia Militar chegou primeiro ao local, retirou as crianças e trouxe para o Conselho Tutelar de Peixinhos”, explicou.

Após uma vistoria, o Conselho Tutelar constatou que a residência não oferecia a menor condição de permanência. “A casa estava imunda, sem condições de moradia. É uma situação crítica mesmo”, relatou o conselheiro.
Na sede do Conselho Tutelar de Peixinhos, a mãe, de 27 anos, aparentando tranquilidade, alegou que só deixou os filhos sozinhos em casa porque precisou resolver alguns problemas. “Ela disse que precisou ir ao banco resolver umas coisas de um cartão e deixou os meninos lá. Só que não foi a primeira ou a segunda vez, isso já vinha acontecendo com frequência”, afirmou o conselheiro.

O Conselho Tutelar recebeu informações de que a mulher também costumava sair para beber. Segundo o conselheiro Eurico Guedes, a família já havia sido alvo de uma denúncia pela mesma situação oito anos atrás. “No momento, foram feitos os encaminhamentos e foi resolvido. Hoje, é um outro cenário, ela já tem sete filhos. Há oito anos, não era essa quantidade”, disse.

Outros filhos

Dos outros filhos da mulher, a equipe do Conselho Tutelar tem informações de que um menino de 10 anos e com necessidades especiais está morando com a ex-companheira do pai e uma menina de 3 anos foi retirada de casa pelo pai na semana passada. Um menino de 8 anos estaria morando com a mãe, mas ainda não foi encontrado. Como as crianças resgatadas estavam sem o nome do pai em seus documentos, os conselheiros só conseguiram contatar uma bisavó e dois tios deles, os três informaram que não tinham como acolher os menores. “Deixei o telefone para ver se aparece alguém porque quando você faz o acolhimento, geralmente, sensibiliza alguém da família. Estou aguardando até amanhã para ver se aparece alguém com disponibilidade”, explicou o conselheiro.

Boletim de Ocorrência

O caso deve ser registrado na delegacia de Peixinhos na manhã desta quinta-feira (27).