Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Estadão Conteúdo e JC
O Exército colocará à disposição das operações de limpeza das praias do Nordeste, atingidas por manchas de óleo, tropas da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. Os militares também devem oferecer equipamentos para apoio a órgãos de defesa civil dos Estados.
A informação foi dada nesta segunda-feira, 21, pelo presidente em exercício, o general Hamilton Mourão, após reunião no Ministério da Defesa sobre as ações para conter o avanço da mancha. Segundo o general, ficarão à disposição entre 4 a 5 mil homens do Exército.
Óleo recolhido até agora
Segundo Mourão, foram recolhidas até agora cerca de 700 toneladas de óleo, misturado com areia e outras substância. O material está sendo entregue para aproveitamento em fábricas de cimento, disse o general.
Não há previsão do governo sobre quando irá cessar o avanço do óleo, mas o volume que chega às praias está diminuindo, disse Mourão. "Vamos aguardar investigações, usando todos os sistemas de inteligência, não só nosso, mas também internacional. Esse acidente é inédito no mundo", disse Mourão.
Os ministros do governo Jair Bolsonaro (PSL) têm agenda no Nordeste para tratar da crise ambiental. O Ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, está na Bahia e terá reunião com o governador Rui Costa (PT) nesta segunda-feira, 21. No dia seguinte, Canuto deve viajar ao Sergipe. Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, irá a Recife e Salvador a partir de terça-feira (22).
Falha na comunicação
O general Mourão disse que o governo acionou, ainda no começo de setembro, protocolos para conter o avanço das manchas de óleo sobre o litoral do Nordeste, mas reconheceu que houve falha na comunicação sobre as ações tomadas.
Segundo Mourão, a Justiça já mostrou que o governo "acionou protocolos" em 2 de setembro contra o derramamento de óleo. "Apenas, mais uma vez, nos faltou comunicar mais isso aí", disse o presidente em exercício.
A Justiça Federal do Sergipe afirmou, em decisão assinada no domingo, 20, que a União já acionou o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional. No mesmo documento, a Justiça afirma que órgãos do governo "vinham atuando desde os primeiros sinais deste acidente ambiental", mesmo antes de acionar o plano.
"Caso único no mundo"
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira (21) que as medidas de contenção da mancha de óleo que avança sob o Nordeste são complicadas pois, como não se consegue detectar a origem do vazamento, não há previsibilidade sobre o seu caminho. "É um caso único no mundo. As próprias medidas de contenção são complicadas, o máximo que a gente pode fazer hoje é ter gente capacitada para recolher esse óleo que chega às praias e é isso que estamos fazendo", disse, ao deixar o gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Mourão destacou que todas as medidas do Plano Nacional de Contingência foram tomadas e que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está à frente da operação com apoio de outros órgãos, como Marinha e Petrobras. O governo também continua a busca para saber a causa do desastre ambiental. Nesta tarde, o presidente em exercício se reúne com autoridades para avaliar a situação.
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