Foto: Divulgação) |
Pela primeira vez, Pernambuco confirma a presença do zika em macacos, o que acende um alerta na saúde pública do Estado. Essa descoberta levanta a possibilidade de a doença ter também um ciclo silvestre (como já acontece com a febre amarela), o que pode levar a uma maior disseminação. O achado foi divulgado, nesta quarta-feira (22), pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que descartou a hipótese de febre amarela em macacos encontrados mortos (ao todo, foram 17), entre dezembro e primeiros dias deste ano, em Aldeia, no município de Camaragibe, no Grande Recife. Foram analisados materiais biológicos de seis desses animais. Em cinco, foi encontrado o zika (dois deles tinham também a presença de herpes); no outro, só herpes.
“Se o ciclo silvestre for confirmado, teremos uma maior dificuldade do controle do zika em Pernambuco, porque a circulação silvestre do vírus faz com que haja um hospedeiro, que é o macaco. Isso fará com que seja mais complicado erradicar o zika no Estado”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo. Se comprovado que os mosquitos, ao picarem esses animais, também são infectados com o vírus, é estabelecido o ciclo silvestre.
“O que investigamos agora é a carga de zika vírus nas amostras coletadas dos macacos, a fim de analisar se temos uma carga suficiente, capaz de sustentar a transmissão entre os macacos e, assim, possamos chamar de ciclo silvestre”, esclareceu a secretária-executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque. Ela acrescenta que o diagnóstico laboratorial positivo para zika foi dado pela técnica de PCR (sigla em inglês para reação em cadeia da polimerase), que detecta a presença do vírus no período de sintomas. Ou seja, os macacos haviam sido infectados pouco antes de irem a óbito.
“Encontramos zika e herpes nos macacos, mas não podemos ainda dizer que eles morreram em decorrência dessas infecções. Precisamos aprofundar essa pesquisa. Se nessas análises de material biológico, não chegarmos ao desfecho em relação à causa das mortes, investigaremos uma possível ação humana, como envenenamento desses macacos”, ressaltou Luciana. Ela complementa que a pesquisa também inclui o Aedes albopictus (popularmente conhecido como tigre asiático), um mosquito que vive em áreas rurais e urbanas. Em Pernambuco, ele pode ser encontrado em municípios onde há coberturas vegetais. No Recife, a frequência dele é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul.
“O Aedes albopictus é um dos transmissores do zika quando falamos da forma silvestre”, disse Luciana, que também relembra a mensagem de não dar comida aos macacos. “Eles estão próximos aos humanos, especialmente nas áreas onde foram encontrados mortos. Geralmente as pessoas se alimentam e oferecem comida ao macaco. É assim que se dá a infecção por herpes, que é letal para esses animais.” A SES ainda aguarda os resultados dos exames para raiva, o que deve ser divulgado até o fim do mês. Do JC
Pela primeira vez, Pernambuco confirma a presença do zika em macacos, o que acende um alerta na saúde pública do Estado. Essa descoberta levanta a possibilidade de a doença ter também um ciclo silvestre (como já acontece com a febre amarela), o que pode levar a uma maior disseminação. O achado foi divulgado, nesta quarta-feira (22), pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que descartou a hipótese de febre amarela em macacos encontrados mortos (ao todo, foram 17), entre dezembro e primeiros dias deste ano, em Aldeia, no município de Camaragibe, no Grande Recife. Foram analisados materiais biológicos de seis desses animais. Em cinco, foi encontrado o zika (dois deles tinham também a presença de herpes); no outro, só herpes.
“Se o ciclo silvestre for confirmado, teremos uma maior dificuldade do controle do zika em Pernambuco, porque a circulação silvestre do vírus faz com que haja um hospedeiro, que é o macaco. Isso fará com que seja mais complicado erradicar o zika no Estado”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo. Se comprovado que os mosquitos, ao picarem esses animais, também são infectados com o vírus, é estabelecido o ciclo silvestre.
“O que investigamos agora é a carga de zika vírus nas amostras coletadas dos macacos, a fim de analisar se temos uma carga suficiente, capaz de sustentar a transmissão entre os macacos e, assim, possamos chamar de ciclo silvestre”, esclareceu a secretária-executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque. Ela acrescenta que o diagnóstico laboratorial positivo para zika foi dado pela técnica de PCR (sigla em inglês para reação em cadeia da polimerase), que detecta a presença do vírus no período de sintomas. Ou seja, os macacos haviam sido infectados pouco antes de irem a óbito.
“Encontramos zika e herpes nos macacos, mas não podemos ainda dizer que eles morreram em decorrência dessas infecções. Precisamos aprofundar essa pesquisa. Se nessas análises de material biológico, não chegarmos ao desfecho em relação à causa das mortes, investigaremos uma possível ação humana, como envenenamento desses macacos”, ressaltou Luciana. Ela complementa que a pesquisa também inclui o Aedes albopictus (popularmente conhecido como tigre asiático), um mosquito que vive em áreas rurais e urbanas. Em Pernambuco, ele pode ser encontrado em municípios onde há coberturas vegetais. No Recife, a frequência dele é maior em bairros como Dois Irmãos e Sítio dos Pintos, ambos na Zona Norte, do que em outros bairros mais urbanizados, como Brasília Teimosa, na Zona Sul.
“O Aedes albopictus é um dos transmissores do zika quando falamos da forma silvestre”, disse Luciana, que também relembra a mensagem de não dar comida aos macacos. “Eles estão próximos aos humanos, especialmente nas áreas onde foram encontrados mortos. Geralmente as pessoas se alimentam e oferecem comida ao macaco. É assim que se dá a infecção por herpes, que é letal para esses animais.” A SES ainda aguarda os resultados dos exames para raiva, o que deve ser divulgado até o fim do mês. Do JC
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