terça-feira, 10 de março de 2020

Bolsonaro diz ter provas de que foi eleito em primeiro turno

ALAN SANTOS/PR
''No meu entender, houve fraude'', disse Bolsonaro - ALAN SANTOS/P
Com Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse ter provas de que foi eleito em primeiro turno nas eleições presidenciais de 2018. A declaração aconteceu durante evento em Miami, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (9).
"Pelas provas que tenho nas minhas mãos, que vou mostrar brevemente, fui eleito em primeiro turno, mas, no meu entender, houve fraude", disse Bolsonaro.
"Nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos", acrescentou.
O voto impresso foi umas das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018. Em um vídeo gravado por ele enquanto presidenciável, em 16 de setembro daquele, ele disse que a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas era “concreta”. 
A fala de 15 minutos foi transmitida ao vivo do hospital em que Bolsonaro se encontrava internado após sofrer um atentado a faca em 6 de setembro de 2018. O vídeo foi depois publicado no canal oficial dele no YouTube e também em seu perfil no Facebook.
“A grande preocupação não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta”, disse Bolsonaro no vídeo, no qual fez ainda críticas ao PT e a Lula. "O PT descobriu o caminho para o poder: o voto eletrônico", afirma o presidenciável, novamente sugerindo fraude nas urnas.
O PT ingressou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo direito de resposta contra Bolsonaro, o que foi negado pelo plenário da Corte. Os ministros, contudo, resolveram acatar a solicitação para que o vídeo fosse retirado do ar. O entendimento prevalecente foi o de que a fala foi além do direito de crítica, ao buscar abalar a credibilidade da Justiça Eleitoral.

Eleições presidenciais de 2018

No primeiro turno, em 7 de outubro de 2018, Bolsonaro ganhou em 23 capitais. O candidato Fernando Haddad (PT) venceu em Salvador, São Luís e Teresina, e Ciro Gomes (PDT) em Fortaleza, seu reduto eleitoral.
Na Região Sudeste, Bolsonaro ganhou em todas as capitais. Em São Paulo, o candidato do PSL teve 44,58% dos votos válidos. No Rio de Janeiro, Bolsonaro contabilizou 58,29% dos votos e, em Belo Horizonte, registrou 55,17% dos votos válidos. Em Vitória, foram 53,32% dos votos válidos para o deputado federal.
No Nordeste, Haddad conquistou a maioria dos votos válidos na capital baiana, com 47,75%, em São Luís, com 38,35%, e em Teresina, com 44,2%. Em Fortaleza, Ciro venceu com 40,13%. Já em Maceió, João Pessoa, Recife, Natal e Aracaju, Bolsonaro ficou em primeiro lugar nos votos válidos.
Na Região Norte, o deputado federal ficou à frente em todas as sete capitais. No Centro-Oeste, Bolsonaro também teve a maioria dos votos válidos em Brasília, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande. No Sul, o candidato do PSL ganhou em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.
No exterior, Bolsonaro teve 58,68% dos votos válidos, Ciro, 14,55% e Haddad, 10,14%.
Bolsonaro chegou ao segundo turno com 46,03% dos votos válidos contra 29,28% de Haddad. Ciro obteve 12,47% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar no resultado do país.
Segundo turno
Bolsonaro obteve 55,13% dos votos válidos, conquistando 57.796.986 votos. Fernando Haddad (PT) teve 44,87% dos votos, o equivalente a 47.038.963 votos.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, anunciou, por volta das 20h10 de 28 de outubro de 2018, que Bolsonaro estava matematicamente eleito novo presidente do Brasil. Segundo a ministra, o resultado da eleição foi definido às 19h18, com 94,44% das urnas apuradas.
A diferença entre os dois candidatos foi superior a 10,7 milhões de votos.
As abstenções somaram 21,3% (31,3 milhões de votos). Votos brancos foram 2,14% (2,4 milhões de votos) e nulos, 7,43% (8,6 milhões de votos).
Com esses resultado, Bolsonaro teve a terceira menor vitória no segundo turno desde a redemocratização. Ele venceu com vantagens maiores apenas que a de Fernando Collor de Mello, em 1989 (53,03%), e da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014 (51,64%).
Em relação ao primeiro turno, o opositor Fernando Haddad (PT) cresceu mais que Bolsonaro. O petista ganhou 15.696.741 de votos do primeiro para o segundo turno, passando de 29,28% para 44,86%. Bolsonaro conquistou 8.519.962 de votos adicionais, saindo de 46,03% para 55,13%.
O índice de Haddad, entretanto, foi menor do que o de Dilma (55% em 2010 e 51% em 2014) e Lula (61% nas duas eleições de 2002 e 2005), que venceram as eleições em segundo turno. O PT perdeu cerca de 7 milhões de votos em relação à disputa do último segundo turno presidencial, em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário