Um homem de 31 anos foi preso, na última quinta-feira (23), no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, suspeito de realizar estupros em série em 2019 e 2020, na área central da cidade. A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) contabiliza, pelo menos, 9 vítimas, sendo duas crianças, mas acredita que podem haver mais. “No mínimo 13 inquéritos a gente acredita que tenham sido praticados por ele”, afirmou o delegado Rafael Duarte, titular da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27).
Por isso, a Polícia solicita que outras possíveis vítimas compareçam à delegacia, localizada no quilômetro 33 da Rodovia BR 101 Sul, 1200, no Cabo. “Só com a presença das vítimas e as novas denúncias que vamos receber podemos ter um padrão de ação”, completou. “Haverá um tratamento diferenciado, um acompanhamento a essas vítimas, e ele poderá responder por eventuais novos crimes praticados”, garantiu o delegado Gilberto Loyo, titular da 10° Desec. A delegacia pode ser contactada pelo telefone (81) 3184-3464.
O homem agia contra mulheres de idades variadas, de 8, 9, 18, 30 a até 50 anos, sem seguir um padrão. Ele assumiu a autoria de quatro dos crimes, nenhum deles contra as crianças, e foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).
O suspeito era casado, tinha dois filhos e trabalhava no setor de estoque de uma empresa grande nacional cujo nome não foi citado pelos delegados. “Ele passava para a sociedade que era um trabalhador, um cidadão de bem, que não praticava nenhum delito, mas muito pelo contrário, praticava”, apontou o delegado Duarte.
A Polícia o localizou através das descrições em comum descritas pelas mulheres que sofreram a agressão. “Um aparelho (odontológico) azul ou laranja, ele tinha tatuagens características na região da costela, que seria uma coroa nos dois lados, juntamente com o nome de pessoas. A vestimenta sempre a mesma: uma calça e uma bota de firma”, descreveu.
A abordagem também era igual. “Ele as abordava em uma motocicleta preta, simulava (com uma carteira na cintura) estar armado, e as arrebatavam para um local ermo, onde realizava as práticas de cunho sexual”, detalhou. “Era um agente procurado há muito tempo, que atuava numa área que era difícil conseguir provas”, comentou. “Ele costumava circular pela cidade para que pudesse procurar uma vítima mais vulnerável, em área mais deserta. Locais sem câmeras de segurança. As câmeras próximas não tinham qualidade tão boa para identificar a autoria, por isso teve esse trabalho mais extenso.”
Segundo Duarte, o homem costumava fazer as abordagens no bairro de Garapu, depois que saía para deixar sua mãe no trabalho, entre as 5h30 e 6h da manhã. Ele também agia à noite, após buscá-la de volta, por volta das 20h.
Os crimes teriam começado depois que começou a fazer esse trajeto na moto, comprada entre setembro e outubro do ano passado. “Ao longo de 2019, tivemos três relatos. Neste ano, ele foi recorrente e costumava praticar de 15 a 15 dias”, afirmou.
“Era um criminoso que acreditava na falta de punibilidade, já que conseguia se esconder facilmente da Polícia. Mas, dessa vez, a gente conseguiu capturá-lo”, comemorou. No dia da prisão, na quinta-feira passada (23), os agentes o encontraram na rua, na mesma moto, próximo à localidade onde costuma agir. No mesmo dia, algumas vítimas foram à delegacia e o reconheceram como autor dos delitos.Do JC
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