O Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está de olho no caso dos meteoritos de Santa Filomena, no Sertão. A equipe criou um comitê e está analisando uma forma de ajudar os moradores da cidade, localizada a cerca de 719 quilômetros do Recife, a se conscientizarem da importância científica e da necessidade de preservar um pouco desse material, que tem sido vendido a preços de até R$ 100 mil a colecionadores - muitos deles, estrangeiros. Além disso, há também a intenção de adquirir um fragmento para o Museu de Minerais e Rochas da instituição.
Segundo o professor Douglas Farias, uma das ideias é dar um suporte acadêmico à população. Ele tomou conhecimento, por reportagem publicada pelo Diario nessa quinta-feira (3), sobre o Grupo Astronômico de Santa Filomena (Gasf), montado por jovens estudantes interessados no assunto. “Queremos conversar um pouco com eles, dar um suporte. Esclarecer e ajudar academicamente. Quem sabe, no futuro, não poderemos assessorá-los na criação de um museu, mas por enquanto isso é só uma ideia”, conta.
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A caça aos meteoritos que revirou a vida em Santa Filomena, no Sertão de PE
O comércio dos meteoritos assusta o departamento pelo receio de que haja um “sumiço” de todo o conteúdo da região. “Eu não vou julgar a pessoa que está ganhando dinheiro com isso e vai reformar sua casa, comprar um carro, ajudar a mãe. O problema são amostras, como a de quase 40 quilos, sumirem do mapa, pararem fora do país. Alguma amostra precisa ser preservada, mantida para estudos. Nossa maior preocupação é a preservação desse material”, pondera.
O departamento acionou o Ministério Público Federal (MPF) e a reitoria da UFPE. “Estamos debatendo como fazer para nos aproximarmos. Até o momento, não tivemos retorno sobre ajuda de custo para bancar uma viagem até lá. Mas o importante é que o conteúdo científico e cultural não se perca”, diz
Outro apelo de preservação
Quem também acompanha o caso é a Sociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq). Em nota, emitida nessa quinta, a entidade defende que os meteoritos passem a ser parte do patrimônio científico e cultural brasileiro. “Todo povo cresce a partir do conhecimento do passado e do presente e só assim pode estabelecer seu futuro. Cabe assim, que a esta nação lhe seja garantido o direito e soberania de seus bens naturais, culturais e científicos”, diz o documento.
Quem também acompanha o caso é a Sociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq). Em nota, emitida nessa quinta, a entidade defende que os meteoritos passem a ser parte do patrimônio científico e cultural brasileiro. “Todo povo cresce a partir do conhecimento do passado e do presente e só assim pode estabelecer seu futuro. Cabe assim, que a esta nação lhe seja garantido o direito e soberania de seus bens naturais, culturais e científicos”, diz o documento.
“A pequena cidade de Santa Filomena, no interior pernambucano, foi palco de um dos fenômenos mais fascinantes da natureza. A queda de um meteorito trouxe uma corrida de várias pessoas com os mais variados interesses, dentre eles, o comercial. Principalmente ocupado por estrangeiros e pessoas não ligadas à ciência”, grafa parte do texto.
“Ao cair em solo nacional, entende-se que estes corpos celestes passam a fazer parte também do patrimônio científico e cultural brasileiro. Solicitamos que os poderes legislativos públicos e científicos, municipais, estaduais e federais inclua definitivamente e em caráter irrevogável em nossos quadros de proteção de materiais científicos os meteoritos, salvaguardando desta forma e em qualquer situação, o direito e o dever de serem mantidos em território nacional sob a guarda de instituições científicas e públicas reconhecidamente credenciadas para atuar nesta área de conhecimento das geociências e astronômicas”, conclui a nota da diretoria da SBGq. Diário de PE
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