quarta-feira, 10 de março de 2021

CoronaVac pode barrar cepa do AM

UTI do Hospital Gilberto Novaes, em Manaus: estudo indica que Coronavac atua contra variante do coronavírus já detectada em 17 estados (foto: MICHEL DANTAS/AFP )

 Resultados preliminares de um estudo feito no Brasil sugerem que a CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, é eficaz contra a variante P.1 do coronavírus, originada em Manaus no fim de 2020 e já presente em ao menos 17 estados. O imunizante teria se mostrado efetivo contra a nova cepa em estudos feitos com o soro de pessoas vacinadas, segundo afirmou à Agência Reuters uma fonte envolvida nas pesquisas, que não quis se identificar. Os estudos com soro geralmente avaliam se os anticorpos presentes no sangue do imunizante são capazes de neutralizar o vírus.


Conforme a Reuters, a fonte não divulgou mais dados nem informou quando os resultados serão divulgados publicamente ou em um artigo científico. A informação sobre esses achados preliminares foi confirmada pela Agência Estado com pessoas envolvidas nas pesquisas. De acordo com essas fontes, além dos dados das pesquisas em laboratório, com o soro dos vacinados, resultados preliminares de estudos de efetividade também demonstraram redução de casos graves entre idosos, o que indicaria que a vacina está tendo eficácia no país mesmo em meio à disseminação da nova cepa do coronavírus.

Os estudos de efetividade são os chamados testes "de vida real", em que a eficácia da vacina é avaliada ao ser aplicada em massa na população. De acordo com as fontes, bons resultados já estão sendo observados nos estados de São Paulo e Pernambuco.

PERIGOSA 
Pesquisas recentes mostram que a variante P.1 é duas vezes mais transmissível do que as cepas predominantes no Brasil durante a primeira onda. Segundo os estudos, ela teria ainda probabilidade 25% a 61% maior de escapar da imunidade desenvolvida, com base em uma contaminação prévia, e aumentaria em 10 vezes a carga viral nas células do doente. Na semana passada, fontes também informaram à imprensa que o imunizante Covishield, desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica britânica AstraZeneca, se mostrou eficaz contra a cepa P.1.

Os dados dos testes, porém, não foram apresentados. Os resultados são prometidos para esta semana. Em ambos os casos, a comunidade científica cobra que os resultados detalhados sejam divulgados para que a eficácia da vacina contra a P.1 seja conhecida. Os dois imunizantes já são utilizados, desde janeiro, na campanha nacional de vacinação.Diário de PE

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