Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se reuniram, virtualmente, na tarde desta terça-feira (6), sem qualquer divulgação. De acordo com aliados, a reunião durou mais de duas horas e o assunto permaneceu restrito aos dois. Fontes palacianas informaram à reportagem que a “ligação foi de cunho pessoal” e que “ninguém teve acesso total ao conteúdo discutido” na chamada de vídeo entre os líderes petista e socialista.
A reportagem entrou em contato com socialistas e petistas. Os que retornaram o contato afirmaram, em uníssono, a seguinte tese: alianças entre ambos partidos devem ser retomadas. “Além de ser pessoal, a conversa entre Paulo e Lula passou pelo espectro de 2022… discutiram alianças, coisa que é inegável para o cenário político dos próximos dias”, destacou um socialista em reserva.“O mesmo que Lula ressaltou com o governador estamos cientes… precisamos tirar Bolsonaro nas próximas eleições, precisamos de mais união”, arrematou.
“Aliança para 2022, planos de aceleração e andamento de vacina no Estado… todos esses assuntos foram falados durante a chamada de vídeo entre eles”, detalhou um líder petista. Embora as eleições municipais tenham causado muitas mudanças, petistas e socialistas concordam com a afirmação de que “águas passadas não precisam ser revisitadas, precisam ser renovadas”. O Diario já havia falado sobre o reatar de laços entre os antigos aliados.
Nesta quarta-feira, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira utilizou uma rede social para escrever o seguinte: “A união dos que defendem a democracia e os interesses especiais da maioria da população será crucial em 2022 para derrotar a extrema-direita.Temos de priorizar emprego,renda, educação,saúde e moradia,defesas históricas de quem está com povo.Vamos virar essa fase trágica do país”.
Líderes presentes
Além de Paulo (PSB) e Lula (PT), estavam presentes a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP) e Luiz Dulci (PT-MG); o presidente do PSB, Carlos Siqueira, o ex-governador de São Paulo Marcio França (PSB-SP) e Renato Casagrande (PSB-ES).
Representantes a favor
Em recente entrevista, o deputado federal Milton Coelho (PSB) não descartou a aliança com o PT, destacando que o que aconteceu em 2020 ficou pra história e reforça a máxima de uma unidade para 2022. “As eleições para prefeito já passaram. Nós temos que ter capacidade de virar a página para conseguir ler o livro. A eleição de 2020 é parte da história agora. Temos que olhar para frente, o que fazer e de agora por diante. Não está descartado o diálogo com nenhuma força política. Desde que esteja disposta a construir uma unidade programática para tirar o Brasil da crise política, institucional, econômica e social que se encontra”, destacou em ao Diario de Pernambuco.
A mesma máxima é defendida pelo deputado federal Carlos Veras (PT). O petista, inclusive, não tece críticas à possível volta da aliança entre as siglas. “... o futuro em 2022 será novamente decidido pela direção nacional do PT. Construindo todo o processo, inclusive, em torno da candidatura à presidência do ex-presidente Lula. As conversas e se a gente vai ter uma candidatura própria em Pernambuco, que temos muitos quadros, como o senador Humberto Costa, a deputada Marília Arraes, vai depender desse processo de construir em nível nacional.
Conflitos
Tanto o Partido dos Trabalhadores quanto o Partido Socialista Brasileiro passaram por situações de choque na eleição municipal de 2020. Dois representantes das alas, Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB) protagonizaram, pela primeira vez, uma eleição polarizada entre “partidos aliados” na capital pernambucana. Como resultado, os aliados desde 1989 quebraram alianças - partindo para o campo da oposição e, logo depois, da independência. Diário de PE
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